O crescimento da economia brasileira em 2025 deve ser menor do que o previsto anteriormente. O Ministério da Fazenda revisou nesta quinta-feira (13) sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB), reduzindo a estimativa de 2,5% para 2,3%.
“A gente espera uma desaceleração do ritmo de crescimento. Estamos atravessando um ciclo de aumento de juros, que tem impacto no ritmo de atividade”, explicou Guilherme Mello, secretário de Política Econômica.
De acordo com o relatório “2024 em retrospectiva e o que esperar para 2025”, divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a economia brasileira deve sentir os efeitos dessa desaceleração principalmente na indústria e nos serviços, enquanto o agronegócio tende a se destacar positivamente.
Lula e o PIB
No entanto, a revisão feita pela Fazenda contrasta com a visão otimista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, Lula contestou previsões conservadoras e afirmou que a economia brasileira crescerá 3,7% em 2024.
Riscos externos e impacto da política dos EUA
A SPE também alerta para possíveis impactos da política econômica dos Estados Unidos sobre o Brasil.
O relatório aponta que um aumento do protecionismo americano pode levar o Federal Reserve (Fed – banco central dos EUA) a interromper cortes de juros, o que afetaria os mercados globais, inclusive o Brasil.
Em janeiro, o Fed manteve juros nos EUA entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Donald Trump, presidente dos EUA, afirmou que esta quinta-feira (13) promete ser um grande dia, pois pretende implementar novas tarifas recíprocas contra países que taxam produtos americanos.
Caso essa medida avance, pode gerar impactos no comércio exterior brasileiro.
Inflação pode superar a meta novamente
Além do crescimento mais lento do PIB, a inflação segue como uma preocupação para 2025. A Fazenda prevê que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará o ano em 4,8%, acima da meta oficial.
Em janeiro, o IPCA fechou com alta de 0,16%, uma desaceleração em relação ao 0,52% de dezembro e ligeiramente abaixo da projeção do mercado, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na última terça-feira (11).
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O câmbio também pode influenciar esse cenário. O governo trabalha com uma cotação de R$ 6 por dólar, mas destacou que, se o real se mantiver mais valorizado, por volta de R$ 5,73, a inflação pode ser menor do que o esperado.
Apesar disso, espera-se uma queda nos preços de alguns alimentos, como carnes, arroz e feijão, impulsionada pelo aumento da produção agrícola. Já o trigo e seus derivados devem encarecer devido à baixa colheita do ano anterior.