
O Banco Central (BC) revisou suas projeções econômicas e indicou um cenário mais desafiador para o controle da inflação. No primeiro Relatório de Política Monetária deste ano, divulgado nesta quinta-feira (27), a instituição aumentou de 50% para 70% a probabilidade de a inflação superar o teto da meta em 2025.
Ao mesmo tempo, a autarquia também reduziu a chance de que o índice fique abaixo do piso de 1% para 0%.
BC indica tendência de alta para a inflação
O relatório aponta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses deverá atingir 5,1% no final de 2025.
“Nas projeções do cenário de referência, a inflação continua acima do limite do intervalo de tolerância ao longo de 2025, começando a cair a partir do quarto trimestre, mas ainda permanecendo acima da meta”, afirmou o Banco Central.
No entanto, para 2026, a expectativa é de desaceleração gradual, com projeções de 4,3% no primeiro trimestre, 4,2% no segundo e 3,9% no terceiro trimestre.
Já para 2027, o Banco Central prevê uma inflação ainda mais próxima da meta estipulada de 3%. No primeiro trimestre, o IPCA deve ficar em 3,4%, caindo para 3,3% no segundo e encerrando o terceiro trimestre em 3,1%.
Cenário econômico e taxa de juros neutra
Além da inflação, a autoridade monetária manteve a taxa de juros real neutra em 5%. Ainda mais, o relatório destacou que a economia brasileira ainda opera acima do seu potencial.
O hiato do produto, que mede a diferença entre a atividade econômica real e sua capacidade máxima sustentável, foi estimado em 0,6% para o primeiro trimestre de 2025.
“Além disso, a recente apreciação do real reverte apenas parcialmente o expressivo aumento da taxa de câmbio ao longo do último ano”, completou o BC.
Resposta do mercado
Após a divulgação do Relatório de Política Monetária, o mercado reagiu com os novos dados sobre a inflação. Por volta das 10:46 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) registrava alta de 0,35% aos 132.986 pontos.