O Índice de Preços ao Produtor (IPP) da indústria do Brasil apresentou uma aceleração de 1,58% em julho, em comparação com o mês anterior, quando o índice havia crescido 1,26%.
Este resultado marca o sexto aumento consecutivo no índice mensal, com a variação acumulada no ano em 4,18% e o acumulado em doze meses em 6,6%.
No mesmo período do ano passado, o índice havia registrado uma queda de 0,76% em relação ao mês anterior.
Maior alta desde maio de 2022
Segundo Murilo Alvim, analista do IPP, além de ter registrado a sexta variação positiva consecutiva no índice mensal, os preços da indústria em julho representam a maior alta desde maio de 2022, quando houve uma variação de 1,81%.
O resultado acumulado de 4,18% no ano mostra uma recuperação significativa em comparação com julho do ano passado, quando havia uma queda de 7,17%.
Distribuição das altas por setores
Entre os vinte e quatro setores industriais analisados, vinte e um apresentaram variações positivas de preços em julho, em contraste com dezoito setores em junho.
Os setores com as maiores variações foram metalurgia (4,47%), papel e celulose (3,79%), indústrias extrativas (3,48%) e refino de petróleo e biocombustíveis (2,83%).
Influência do setor de refino de petróleo
O setor de refino de petróleo e biocombustíveis teve a maior influência no índice geral, com uma contribuição de 0,29 ponto percentual (p.p.) para a variação de 1,58% da indústria.
Esse aumento foi impulsionado pelos preços elevados da gasolina, em reflexo ao aumento dos preços internacionais do petróleo, e pela alta demanda por álcool em julho.
Impacto do setor metalúrgico
O setor metalúrgico, com uma variação de 4,47%, também exerceu uma influência significativa, explicada principalmente pelos altos preços de minerais não metálicos, como alumínio e ouro, e pelos produtos siderúrgicos, devido ao aumento das cotações do minério de ferro.
Efeito das commodities no setor extrativo
As altas nos preços do petróleo e do minério de ferro impactaram o setor extrativo, que apresentou um aumento de 3,48%.
A apreciação do dólar, que subiu 2,8% em julho e acumulou alta de 13,2% no ano, potencializou a variação observada nesse setor.
Desempenho do setor de alimentos
O setor de alimentos variou 0,86% em julho, e manteve sua quarta variação positiva consecutiva.
A alta foi impulsionada pelos aumentos no suco de laranja e no açúcar VHP, enquanto as carnes bovinas e o leite longa vida sofreram retração de preços.
Análise das grandes categorias econômicas
Em julho, as grandes categorias econômicas mostraram variações distintas: bens de capital (BK) aumentaram 1,28%, bens intermediários (BI) subiram 1,93%, e bens de consumo (BC) avançaram 1,12%.
Dentro dos bens de consumo, os bens de consumo duráveis (BCD) cresceram 0,20%, enquanto os bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) aumentaram 1,30%.
Influências no índice geral
Os bens intermediários foram a principal influência no índice geral, com um peso de 55,50% e contribuinte em 1,07 p.p. da variação total de 1,58%.
Bens de consumo responderam por 0,41 p.p., e bens de capital contribuíram com 0,10 p.p..
Dentro dos bens de consumo, os bens de consumo semiduráveis e não duráveis tiveram uma influência de 0,40 p.p.
Sobre o IPP
O IPP mede a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e serve como um importante indicador das tendências inflacionárias de curto prazo.
A pesquisa, que inclui dados de mais de 2.100 empresas e coleta cerca de 6 mil preços mensalmente, faz o acompanhamento macroeconômico e se demonstra essencial para a tomada de decisões.
As tabelas completas do IPP estão disponíveis no Sidra.
A próxima divulgação do IPP, referente a agosto, foi agendada para 26 de setembro.