Indicadores Econômicos

Produção industrial recua em quatro dos quinze locais pesquisados em outubro, diz IBGE

A comparação anual, no entanto, foi positiva, com um avanço de 5,8% em relação a outubro de 2023

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A produção industrial brasileira apresentou um recuo de 0,2% entre setembro e outubro de 2024, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diminuição no ritmo da produção foi registrada em quatro dos quinze locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, com as maiores quedas observadas nos estados do Rio Grande do Sul (-1,4%) e do Rio de Janeiro (-1,30%).

A comparação anual, no entanto, foi positiva, com um avanço de 5,8% em relação a outubro de 2023.

O desempenho negativo da indústria brasileira em outubro, que ocorreu após dois meses consecutivos de crescimento, foi influenciado por uma série de fatores macroeconômicos, como explicou Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.

De acordo com Almeida, o crescimento do mercado de trabalho, com redução do desemprego e aumento das contratações e do rendimento médio, tem impulsionado o consumo das famílias e, consequentemente, a cadeia produtiva.

No entanto, taxas de juros elevadas, que encarecem o crédito, têm afetado negativamente o consumo e o investimento na produção industrial.

Além disso, a inflação continua a impactar o poder de compra da população, resulta em redução da demanda e desacelera o ritmo de produção da indústria.

O desempenho negativo da indústria em outubro, após dois meses de crescimento quando acumulou ganho de 1,2%, está ligado a alguns fatores macroeconômicos, afirmou o analista.

Destaques regionais: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro em queda

Entre os estados que mais impactaram negativamente o índice da produção industrial em outubro, o Rio Grande do Sul (RS) se destacou, com queda de 1,4% em um movimento que anulou parte do avanço de 2,0% observado no mês anterior.

A redução na produção gaúcha foi principalmente influenciada pelos setores de produtos do fumo, produtos químicos e celulose, papel e produtos de papel.

Por outro lado, o Rio de Janeiro foi o maior responsável pela queda no índice geral da produção industrial, com um declínio de 1,30%, o segundo mês consecutivo de retração.

Esse desempenho negativo foi atribuído aos setores extrativos e máquinas e equipamentos.

No total, o estado acumula uma redução de 3,0% na produção industrial no período.

São Paulo: Maior influência positiva no resultado nacional da produção industrial

O estado de São Paulo, que possui o maior parque industrial do Brasil, foi o maior destaque positivo na comparação mensal, com um avanço de 2,0% de setembro para outubro.

Esse crescimento foi sustentado pelos setores de veículos automotores, produtos químicos e máquinas, aparelhos e materiais elétricos.

A indústria paulista acumulou, assim, um ganho de 3,10% nos dois últimos meses, 3,80% acima do seu nível pré-pandemia de COVID-19. Apesar disso, ainda está 19,50% abaixo de seu nível mais alto, registrado em março de 2011.

Regiões do Norte e Centro-Oeste apresentam crescimentos expressivos

Entre as regiões que apresentaram o maior crescimento na produção industrial, destacam-se Pará (7,0%), Mato Grosso (4,6%), Paraná (3,70%) e Ceará (3,50%), com variações significativamente acima da média nacional.

A indústria paraense, por exemplo, se beneficiou da forte concentração no setor extrativo, o que impulsionou o crescimento, especialmente após três meses consecutivos de resultados negativos que resultaram em uma perda de 7,50%.

Bernardo Almeida também explicou que, no caso do Pará (PA), a indústria extrativa foi um dos principais motores do crescimento registrado no mês, dado o caráter pouco diversificado do setor industrial do estado.

Crescimento de 5,8% no setor industrial comparado a outubro de 2023

Na comparação com outubro de 2023, o setor industrial brasileiro apresentou um crescimento de 5,8%, com dezesseis dos dezoito locais pesquisados em avanços na produção.

Esse crescimento permanece significativo, especialmente se considerado que outubro de 2024 registrou dois dias úteis a mais do que o mesmo mês do ano anterior.

Os maiores avanços na comparação anual foram observados em Rio Grande do Norte (25,0%), Pará (12,50%), Santa Catarina (12,2%), Mato Grosso (12,0%) e Paraná (11,30%).

O Ceará (8,50%) e Mato Grosso do Sul (7,2%) também apresentaram taxas positivas acima da média nacional.