Indicadores Econômicos

Serviços caem 0,4% em agosto após recorde na série histórica, diz IBGE

Setor ainda se encontra 15,0% acima dos níveis observados em fevereiro de 2020, período que antecedeu a pandemia de COVID-19

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O volume de serviços prestados no Brasil apresentou uma queda de 0,4% em agosto de 2024, e, assim, interrompeu uma sequência de dois meses de crescimento contínuo.

Apesar dessa recente retração, o setor ainda se encontra 15,0% acima dos níveis observados em fevereiro de 2020, período que antecedeu a pandemia de COVID-19, mas 0,4% abaixo do recorde registrado em julho de 2024, que representa o ponto mais alto da série histórica.

Dados foram divulgados nesta sexta-feira, 11 de outubro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).

Desempenho em relação a agosto de 2023

Ao comparar agosto de 2024 com o mesmo mês do ano anterior, houve uma expansão de 1,70% no setor de serviços – o quinto resultado positivo consecutivo.

No acumulado do ano, o volume total de serviços cresceu 2,70% em comparação ao mesmo período de 2023.

O indicador que abrange os últimos doze meses também mostrou um avanço de 1,90% em agosto de 2024, em linha com as taxas registradas nos meses anteriores, junho e julho.

O que diz o IBGE sobre a pesquisa?

Rodrigo Lobo, gerente da PMS, analisou a situação:

“Em agosto, os serviços mostraram uma pequena devolução do ganho de 1,6% registrado nos dois meses anteriores. Percebemos uma redução de receita nas empresas que atuam com exibição de cinema; correios; transporte aéreo, telecomunicações e atividades jurídicas. Em termos setoriais, o destaque negativo ficou com o setor de informação e comunicação, pressionado pelos serviços audiovisuais, onde são investigados os cinemas, e por telecomunicações.”

Recuo em Informação e Comunicação

A diminuição no volume de serviços de julho para agosto de 2024 afetou duas das cinco atividades analisadas.

A atividade de informação e comunicação apurou um recuo de 1,0%, que devolveu parte do ganho acumulado de 3,70% nos meses de junho e julho.

Essa redução foi influenciada, principalmente, pela queda nos serviços audiovisuais, que apresentaram uma perda significativa de 6,6%.

Lobo acrescentou:

“A queda da receita dos cinemas está relacionada ao fato de julho ter sido um mês de recesso escolar. Assim, tivemos uma queda nas receitas das salas de cinema em agosto em comparação a julho.”

Retração nos Transportes

A outra atividade que registrou retração foi a de transportes, que caiu 0,4%, e marca a segunda queda consecutiva e acumula uma perda de 2,0%.

O segmento de transporte aéreo foi o principal responsável por essa diminuição, com uma queda de 4,0%.

Crescimento de Outros Serviços

Em contrapartida, o segmento de Outros Serviços cresceu 1,4%, enquanto os serviços prestados às famílias registraram um avanço de 0,8%.

O primeiro grupo acumulou uma expansão de 1,70% entre os meses de julho e agosto, enquanto o segundo registrou um ganho acumulado de 4,70% entre maio e agosto.

O setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, por sua vez, permaneceu estável, com um crescimento de 0,0% em agosto.

Queda regional nas receitas

Na análise regional, vinte das sete unidades federativas (UFs) relataram uma queda na receita real de serviços entre julho e agosto, em reflexo a uma tendência de retração observada em todo o País.

As quedas mais significativas foram registradas no Distrito Federal (-9,40%) e no Rio de Janeiro (-1,60%), seguidos por Minas Gerais (-1,10%), Goiás (-2,30%), São Paulo (-0,10%) e Pará (-2,70%).

Em contraste, Mato Grosso (+2,10%) e Bahia (+1,20%) apresentaram as principais influências positivas do mês.

Comparativo anual entre as UFs

Quando se compara agosto de 2024 a agosto de 2023, houve crescimento em 18 UFs.

Destaca-se São Paulo com um aumento de 4,30%, seguido por Rio de Janeiro (1,90%), Santa Catarina (5,70%), Bahia (3,50%), Amazonas (8,30%), Espírito Santo (6,00%) e Paraná (1,60%).

Por outro lado, o Rio Grande do Sul (RS) liderou as perdas do mês, com uma queda acentuada de 15,70%, seguido por Mato Grosso (-12,10%), Mato Grosso do Sul (-14,40%) e Goiás (-7,60%).

Acumulado do ano nas UFs

No acumulado de janeiro a agosto de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, vinte e uma UFs mostraram expansão no volume de serviços.

As contribuições mais relevantes vieram de São Paulo (4,00%), Rio de Janeiro (3,80%), Paraná (3,70%), Santa Catarina (5,60%) e Minas Gerais (2,40%).

Por outro lado, o Rio Grande do Sul (-7,40%) e Mato Grosso (-9,10%) registraram as influências negativas mais importantes sobre o índice nacional.

Índice de atividades turísticas em agosto

O índice de atividades turísticas apresentou estabilidade (0,0%) em agosto, após uma retração de 0,8% em julho.

Atualmente, o segmento de turismo encontra-se 6,90% acima do patamar de fevereiro de 2020, mas 0,8% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em fevereiro de 2014.

Análise regional das atividades turísticas

Na análise regional das atividades turísticas, a maioria dos locais pesquisados (onze dos dezessete) apresentou retração.

As influências negativas mais significativas foram observadas em São Paulo (-0,80%) e Rio de Janeiro (-2,10%), seguidos por Minas Gerais (-1,70%) e Pará (-7,90%).

Crescimento acumulado do setor turístico

No acumulado de janeiro a agosto de 2024, o agregado especial de atividades turísticas cresceu 1,50% em comparação ao mesmo período do ano passado, impulsionado principalmente pelos aumentos de receita obtidos por empresas dos ramos de restaurantes, serviços de bufê, transporte aéreo de passageiros, espetáculos teatrais e musicais, hotéis e agências de viagens.

Volume de transporte de passageiros em queda

Em agosto de 2024, o volume de transporte de passageiros no Brasil caiu 0,8% em relação ao mês anterior, na série ajustada sazonalmente, após uma queda de 2,4% em julho.

Essa retração reflete as dificuldades enfrentadas pelo setor, que continua a buscar recuperação.

Estabilidade no transporte de cargas

Por outro lado, o volume de transporte de cargas permaneceu estável (0,0%) em agosto de 2024, após uma diminuição de 0,70% no mês anterior.

Comparativo anual nos Transportes

Ao comparar agosto de 2024 com agosto de 2023, o transporte de passageiros registrou uma retração de 1,90%, enquanto o transporte de cargas também apresentou uma diminuição, com um recuo de 5,50% nesse mesmo tipo de comparação.

Acumulado dos primeiros oito meses de 2024

No acumulado dos primeiros oito meses de 2024, o transporte de passageiros caiu 1,8% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o transporte de cargas enfrentou uma queda de 2,4% no mesmo intervalo analisado.