O setor de serviços no Brasil continuou sua trajetória de crescimento em julho de 2024 e registrou uma expansão de 1,2% em comparação com o mês anterior, como divulgado pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 11 de setembro.
Este foi o segundo resultado positivo consecutivo, que acumulou um ganho de 2,90% entre junho e julho.
O volume de serviços alcançou um novo patamar recorde e superou o nível do mês anterior.
Crescimento anual e acumulado do setor
Na comparação com julho de 2023, o setor de serviços registrou uma expansão de 4,30%. No acumulado do ano, até julho de 2024, o crescimento foi de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
O índice dos últimos doze meses também apresentou um aumento, de 0,80% em junho para 0,90% em julho.
“Importante notar a ligeira disseminação das altas, registradas em três dos cinco setores avaliados na pesquisa, mas com destaque para as atividades de profissionais, administrativos e complementares e de informação e comunicação, que emplacaram, em ambos os casos, o segundo resultado positivo em sequência”, analisou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
Desempenho por segmento
O setor de profissionais, administrativos e complementares registrou uma alta de 4,20% em julho, um crescimento de 6,50% no período de junho a julho.
As principais atividades que se destacaram foram o agenciamento de espaços de publicidade e a intermediação de negócios em geral.
O setor de informação e comunicação apresentou crescimento, com uma expansão de 2,2% na passagem de junho para julho e um ganho acumulado de 3,8% nos últimos dois meses.
Este aumento foi impulsionado pelas receitas de portais, provedores de conteúdo, ferramentas de busca na internet, telecomunicações e exibição cinematográfica.
O terceiro setor com crescimento em julho foi o de Outros Serviços, que variou 0,2%, e recuperou parcialmente a perda de 0,8% do mês anterior.
Queda no setor de transportes
Entre os setores que apresentaram recuo, o de transportes foi o mais afetado, com uma queda de 1,50%, impactada principalmente pelos recuos no transporte dutoviário e rodoviário de cargas.
Serviços prestados às famílias também apresentaram uma ligeira variação negativa de -0,2%.
Desempenho regional
A análise regional mostrou que quatorze das vinte e sete unidades da federação tiveram aumento no volume de serviços de junho para julho.
São Paulo foi a UF com maior impacto positivo (2,4%), seguido pelo Distrito Federal (14,8%), Rio de Janeiro (0,6%), Minas Gerais (0,90%) e Rio Grande do Sul (1,50%).
Por outro lado, Espírito Santo (-2,30%), Mato Grosso (-1,70%) e Paraná (-0,20%) foram as principais influências negativas do mês.
Na comparação com julho de 2023, o crescimento foi observado em dezenove UFs, com destaque para São Paulo (7,4%), Rio de Janeiro (4,70%), Distrito Federal (14,50%), Minas Gerais (3,8%) e Santa Catarina (8,4%).
O Rio Grande do Sul (-13,90%), Mato Grosso (-18,50%) e Goiás (-6,30%) lideraram as quedas.
No acumulado de janeiro a julho de 2024, vinte e uma UFs mostraram expansão no volume de serviços, com São Paulo (1,70%), Rio de Janeiro (3,90%), Minas Gerais (3,30%), Paraná (4,10%) e Santa Catarina (5,70%) entre os destaques positivos.
As quedas mais significativas foram observadas no Rio Grande do Sul (-6,2%) e Mato Grosso (-8,5%).
Atividades turísticas enfrentam retração
O Indicador de Atividades Turísticas (IATUR) mostrou uma retração de 0,90% em julho, após um aumento de 3,4% em junho.
“Dois itens importantes no turismo nacional tiveram aumento de preços”, explicou Lobo, em referência ao aumento de 19,4% nas passagens aéreas e de 6,92% no aluguel de veículos.
Apesar dessa retração, o segmento de turismo está 6,8% acima do patamar pré-pandemia e 1,0% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
Na análise regional, seis dos dezessete locais pesquisados acompanharam a queda nacional, com o Rio de Janeiro (-3,50%) e a Bahia (-5,80%) como os mais impactados negativamente.
Em contraste, o Rio Grande do Sul (12,20%), Minas Gerais (2,10%) e São Paulo (0,30%) apresentaram avanços significativos.
Transporte de passageiros e de cargas
O volume de transporte de passageiros caiu 2,30% em julho em comparação a junho, após um crescimento de 6,10% no mês anterior.
O transporte de cargas também sofreu uma retração de 0,8% após uma variação positiva de 0,4% em junho.
Comparado a julho de 2023, o transporte de passageiros aumentou 2,90%, enquanto o transporte de cargas registrou uma queda de 5,4%.
No acumulado dos primeiros sete meses de 2024, ambos os segmentos enfrentaram retração em relação ao mesmo período de 2023: transporte de passageiros com -1,8% e transporte de cargas com -1,90%.