O volume de serviços prestados no país apresentou estabilidade na passagem de abril para maio, após dois meses seguidos de alta, com ganho acumulado de 1,0%.
Na comparação com maio retrasado, o setor registrou expansão de 0,8%.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado de janeiro a maio de 2024, o volume de serviços nacional cresceu 2,0% frente ao mesmo período do ano anterior.
Já nos últimos doze meses, a taxa acumulada foi de 1,30%.
Em maio, o setor de serviços se encontrava 12,70% acima do nível pré-pandemia de COVID-19 (fevereiro de 2020) e 0,90% abaixo do ponto mais alto da série histórica (dezembro de 2022).
“Apesar da variação nula, houve disseminação de taxas negativas tanto em termos setoriais, como em termos regionais”, aponta Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. Das cinco atividades da PMS, três apresentaram queda. Destaque para o setor de transportes, que recuou 1,6%.
“Influenciado, principalmente, pela menor receita vinda do transporte aéreo, e, em seguida, do rodoviário coletivo de passageiros”, explica o pesquisador.
A PMS mostrou que, regionalmente, a maior parte (dezenove) das vinte e sete UFs registrou queda no volume de serviços na passagem de abril para maio de 2024.
A principal retração foi de Minas Gerais (-2,90%), seguida por Santa Catarina (-3,60%), Bahia (-4,10%), Maranhão (-8,70%) e Distrito Federal (-2,10%).
Entre as altas, destaque para Mato Grosso (6,20%), que exerceu a principal contribuição positiva do mês, seguido por Tocantins (27,70%).
“Em ambos os casos, os avanços de maio têm conexão com o aumento do transporte de carga, fundamental tanto para transporte de insumos como para o escoamento da produção agrícola, ponto forte da economia da regão centro-oeste”, ressalta Rodrigo Lobo.
Rio Grande do Sul
Outro estado a avançar em maio foi o Rio Grande do Sul, com crescimento de 0,6%.
“Em termos de volume, houve crescimento, mas quando se olha a receita nominal, há uma queda de 13,6%”, destaca o pesquisador.
Isso se deve, continua Lobo, à queda brusca dos preços dos pedágios (-86,18%) apurados pelo IPCA no mês de maio.
O subitem tem sido usado para deflacionar as receitas nominais das concessionárias de veículos na pesquisa mensal de serviços, o que acarretou em um aumento do volume de serviços no estado gaúcho.
Várias concessionárias de rodovias interromperam as cobranças de tarifas no Rio Grande do Sul, para facilitar o deslocamento de veículos que transportavam donativos ou que estivessem envolvidos em operações de resgate de vítimas das enchentes no estado.
“Para entender o real impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, em termos de volume de serviços, vai ser necessário considerar a evolução dos preços de determinados serviços nos meses subsequentes”, afirma o gerente da PMS.