Economia

IPCA-15 de dezembro diminui apostas por cortes de 0,75 p.p. e Selic terminal abaixo de 9% em 2024

Apesar da desaceleração inesperada no indicador, a composição não foi boa, opina Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos

- Marcello Casal Jr/Agência Brasil
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado como a prévia da inflação oficial do País, ficou em 0,31% em janeiro, 0,09 ponto percentual (p.p.) menor que a de dezembro, quando variou 0,40%, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (26).

Nos últimos doze meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,47%, abaixo dos 4,72% observados nos doze meses imediatamente anteriores. Em janeiro de passado, o IPCA-15 foi de 0,55%.

Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, apesar da desaceleração inesperada, “a composição não foi boa”.

Ele explica que boa parte da desaceleração veio de passagem aérea, e, assim, foi devolvida parte relevante da forte alta do ano passado. A difusão subiu para 67,0%, a média dos núcleos acelerou para 0,33% (4,18% ano a ano).

“Mais importante, eu destacaria, foi a aceleração em serviços subjacentes, que voltou a acelerar na ponta”, aponta. Com a média de três meses anualizada em 4,41%, Borsoi observou também a retomada na difusão ex-alimentos, que subiu para 57,3%.

“Bastante em linha com o que aconteceu no IPCA de dezembro, o headline vem tranquilo, mas a abertura vem pior. Se alguém tinha esperanças de o COPOM [Comitê de Política Monetária] acelerar para 0,75%, me parece muito improvável agora. Selic terminal abaixo de 9% também”, declarou.

Borsoi diz ter a intuição de uma taxa Selic terminal em 9% neste ano de 2024 “começa a perder probabilidade, mas tem muita água pra rolar ainda”.

“Acho que irá acontecer uma reprecificação para baixo do cenário de inflação de curto prazo, mas sem grandes alterações para o resto do ano”, complementou.