O Itaú demitiu o CMO (chief marketing officer), Eduardo Tracanella, por mau uso do cartão corporativo em despesas pessoais. A decisão foi tomada em uma reunião fechada com a alta liderança do banco e oficializada na última sexta-feira (29). A informação é do portal Brazil Journal.
Tracanella acumula 27 anos de serviço no Itaú, sendo 6 deles na liderança do time de marketing. O executivo também integrava o time de sócios do banco e foi responsável por campanhas recentes, como a que trouxe o show da cantora Madonna ao Rio de Janeiro este ano.
O que motivou a demissão
Segundo o Brazil Journal, não há confirmação sobre quais gastos categorizam o mau uso do cartão corporativo. Porém, fontes próximas ao caso indicaram que não são “incidentes isolados”, mas sim parte de um padrão de “desvio sério de conduta” do executivo.
Além do caso do uso considerado inadequado do cartão de crédito, Tracanella não estava apresentando resultados considerados satisfatórios, na avaliação da direção do Itaú. O banco tem um dos maiores orçamentos de marketing do Brasil e investiu de maneira intensa para celebrar seus 100 anos, agora em 2024.
Segundo informações do portal O Globo, Tracanella vinha entrando em conflito com Sergio Fajerman, executivo do Itaú pela área de Recursos Humanos e que, há dois anos e dois meses, passou a responder também pelo marketing. Ele era o Chief People Officer, Marketing e Corporate Communication.
Foi Fajerman quem comunicou à equipe de marketing a saída de Tracanella na última sexta. De perfil agressivo e vendedor, o executivo é próximo da família Moreira Salles, proprietária do grupo.
O conflito entre os dois chefes do marketing se dava tanto internamente como no relacionamento com fornecedores externos de publicidade e marketing. Havia dúvidas sobre quem era o responsável pela área.
Ao anunciar a saída de Tracanella à equipe de marketing, Fajerman justificou a demissão pelo mau uso do cartão corporativo. Utilizando o caso como um exemplo de tolerância zero, de que ninguém está protegido de demissão.
Por fim, um outro aspecto que deixava a direção do Itaú descontente era a insistência de Tracanella em uma estratégia de marketing que falava pouco de produtos da instituição em seus comerciais, privilegiando apenas a promoção da imagem institucional da marca.
Fim de um ciclo
O publicitário usou o seu perfil do LinkedIn para falar sobre a saída do Itaú Unibanco. Na postagem, afirmou que se dedicará mais à família, pois “celebrar 100 anos em 1, cobra seu preço”, em alusão às comemorações do centenário da empresa. Ele não comentou sobre o motivo da saída.
“É o momento de encerrar meu longo e ininterrupto ciclo, desejar muita sorte aos que ficam, arrumar as malas e me preparar para o próximo capítulo”, afirmou.