O Itaú passou a esperar um ciclo de alta na taxa Selic, que deve ser iniciado pelo Banco Central na reunião da próxima quarta-feira, 18 de setembro. O banco projeta uma taxa básica de juros de 11,75% ao final de 2024, com alta adicional em janeiro do próximo ano, atingindo uma Selic terminal de 12,00%.
O movimento ocorre em um contexto de taxa de câmbio pressionada, expectativas de inflação desancoradas e alguma revisão (ainda que pequena) do Produto Interno Bruto (PIB).
“A manutenção dos juros em patamar contracionista ao longo do primeiro semestre de 2025 deve resultar numa desaceleração da atividade econômica, além de alguma apreciação da taxa de câmbio, permitindo cortes de juros a partir da 2ª metade do ano. Projetamos taxa Selic em 11,00% no final de 2025”, diz o relatório do Itaú.
Além disso, a nova projeção para o PIB é de 3,00% em 2024 (de 2,5% anteriormente) e de 2,00% em 2025 (de 1,8%). O consumo das famílias deve continuar impulsionando o crescimento da economia, em meio à resiliência do mercado de trabalho, apontam os analistas do banco.
A expectativa de inflação se manteve em 4,2% em 2024 e foi reduzida para 4,1% em 2025 (de 4,2%), incorporando o impacto do câmbio mais apreciado sobre bens industriais no próximo ano.
Em relação ao câmbio, o Itaú estima a moeda a R$ 5,40 ao final deste ano e de R$ 5,20 ao final de 2025. A expectativa era anteriormente de R$ 5,50 em ambos.
“A perspectiva de aumento do diferencial de juros, com o início de um ciclo de corte (potencialmente mais agressivo) pelo Fed (banco central dos EUA) e um ciclo de alta de juros pelo Banco Central do Brasil (BCB), tende a favorecer a moeda brasileira no médio prazo”, diz o relatório.