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Alta da Selic em setembro é necessária para controle da inflação, diz analista

Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, destacou a relevância dos fundamentos da meta de inflação, para justificar uma elevação na taxa

Alta da Selic em setembro é necessária para controle da inflação, diz analista

O destino da taxa básica de juros Selic é sempre motivo de atenção para o mercado financeiro. Atualmente, a taxa está a 10,50% e a crescente especulação sobre um possível aumento na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), marcada para os dias 17 e 18 de setembro, tem gerado reações em diferentes segmentos do mercado.

Na última quinta-feira (22), os juros futuros ficaram em alta, muito influenciados por falas de dirigentes do Banco Central (BC) sobre o rumo da Selic. Declarações lidas como “dovish” (suaves) do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, ajudaram a aumentar a inclinação da curva de juros por terem vindo após uma série de comentários mais duros do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo.

Em discursos, Galípolo já declarou que o BC pode aumentar a taxa Selic se necessário, em resposta à inflação que está acima da meta.

Diante disso, Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, enfatizou a importância de considerar os fundamentos do regime de metas de inflação, que, ao observar o aumento da inflação, sugere que uma elevação dos juros pode ser necessária para desacelerar a economia e controlar os preços.

Isso porque, apesar de o número para 2024 ter permanecido em 10,50%, essa estimativa não chegou a considerar o IPCA de julho. O acumulado em 12 meses foi de 4,50%, no limite máximo da meta.

“Ou seja, a inflação está subindo, apesar de a Selic ter parado de cair. Olhando para os fundamentos, a probabilidade de uma alta dos juros em setembro tornou-se elevada demais para deixar de entrar na conta dos investidores”, destaca Conde.

Ciclo

Sobretudo, desde a última elevação dos juros, em agosto de 2022, a Selic permaneceu estável em 13,75%, até agosto de 2023, quando começou a cair até os 10,50%.

No entanto, a trajetória de redução foi interrompida devido a preocupações com o cumprimento do orçamento público e a reversão das expectativas internacionais.