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Ata do COPOM: ciclo de alta da Selic não chegou ao fim, mas próximo aumento vai ser menor

“Vetores inflacionários permanecem desfavoráveis, como hiato do produto positivo, inflação corrente elevada e expectativas de inflação mais desancoradas”, afirmaram dirigentes

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Banco Central (BC)
Ed Alves/CB/DA.Press

Nesta terça-feira (25), o Banco Central (BC) divulgou a ata do COPOM (Comitê de Política Monetária) relativa à reunião dos últimos dias 18 e 19 de março, quando o colegiado elevou a taxa básica de juros Selic a 14,25% ao ano (a.a.). Em suma, membros destacaram que o cenário de inflação de curto prazo continua adverso.

De acordo com as projeções do cenário atual, a inflação ultrapassaria o intervalo da meta em junho de 2025, dentro do novo regime de metas de inflação.

Vetores inflacionários permanecem desfavoráveis, como hiato do produto positivo, inflação corrente elevada e expectativas de inflação mais desancoradas”, afirmaram.

No documento, os dirigentes enfatizaram que, para além da próxima reunião, a magnitude total do ciclo de aperto vai ser “determinada pelo firme compromisso de alcançar a meta de inflação”.

Nesse sentido, o comitê optou por combinar três indicações sobre a condução da política monetária, caso o cenário esperado se confirme. De acordo com os membros do COPOM, “foi apropriado indicar que o ciclo ainda não chegou ao fim”, diante do cenário adverso para a dinâmica da inflação.

Em segundo lugar, a ata do COPOM destaca que, devido às defasagens inerentes ao atual ciclo monetário, foi apropriado comunicar que o próximo movimento vai ser de menor magnitude.

Além disso, diante da maior incerteza, membros decidiram indicar apenas a direção do próximo movimento.

No documento, em relação ao aumento de 1,0 p.p., os dirigentes destacaram que o aperto monetário foi necessário para “a convergência da inflação à meta, em um cenário marcado por expectativas desancoradas, projeções elevadas de inflação e atividade econômica resiliente”.

O comitê informou que vai monitorar o ritmo da atividade econômica, o repasse da taxa de câmbio para a inflação e as expectativas de inflação.