O déficit em conta corrente foi de US$ 4,0 bilhões no mês de junho. O resultado foi pior que a projeção do Itaú BBA (-US$ 3,4 bilhões) e a mediana das expectativas de mercado financeiro (-US$ 2,90 bilhões).
Em junho de 2023, a conta corrente havia sido deficitária em US$ 0,2 bi. Em relação à estimativa do Itaú BBA, analistas destacaram um resultado pior que o esperado para juros
(-US$ 2,30 bi observado versus -US$ 1,6 bi esperado) e lucros (-US$ 3,90 bi observado versus -US$ 3,6 bi esperado).
No mês, a balança comercial foi superavitária em US$ 6,0 bi, enquanto serviços registraram saldo negativo de US$ 4,10 bi (-US$ 1388 mm em transportes, -US$ 740 mm em viagens e -US$ 825 mm em aluguéis), em linha com as expectativas do Itaú BBA.
A conta de rendas (-US$6,2 bi) registrou saídas acima do esperado puxada principalmente
por juros (-US$ 2,30 bi).
O déficit em conta corrente acumulado em doze meses foi de US$ 31,50 bi (1,4% do PIB).
Na margem, a média móvel de três meses dessazonalizada e anualizada (MM3M SAAR) da conta corrente piorou e atingiu -US$ 76,8 bi (versus -US$ 62,8 bi no mês anterior).
O fluxo de investimento direto no país (IDP) segue positivo em doze meses, e o resultado no último mês surpreendeu expectativas. O IDP foi positivo em US$ 6,30 bi em junho, acima da projeção do Itaú BBA e a mediana das expectativas de mercado (ambos em +US$ 3,30 bi). Em 12 meses, o IDP acumula entrada de US$ 70,30 bi (3,10% do PIB).
“Apesar da revisão metodológica que resultou numa redução do nível do déficit em conta corrente (em função da reclassificação dos criptoativos para conta capital), os dados do balanço de pagamentos mostraram deterioração, especialmente com perda de dinamismo da balança comercial (queda das exportações e aumento de importações) e aumento do déficit de serviços. Ainda assim, o financiamento externo segue em patamar historicamente confortável”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú BBA.