Estatísticas de Crédito

Estoque total de crédito cresce 0,9% em agosto, diz Banco Central

Nos últimos 12 meses, o crédito ampliado registrou um aumento significativo de 15,0%

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Em agosto de 2023, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro no Brasil alcançou R$ 17,90 trilhões, o equivalente a 158,10% do Produto Interno Bruto (PIB), apontou o relatório Estatísticas de Crédito, divulgado pelo Banco Central (BC) na manhã desta sexta-feira, 27 de setembro.

Esse crescimento de 1,4% em relação ao mês anterior fora impulsionado por uma expansão de 2,10% nos saldos de títulos de dívida e de 0,8% nos empréstimos do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Crédito ampliado

Nos últimos 12 meses, o crédito ampliado registrou um aumento significativo de 15,0%.

Dentro desse contexto, os títulos de dívida cresceram 18,0%, enquanto os empréstimos do SFN e os empréstimos externos aumentaram 9,6% e 15,70%, respectivamente.

Essa tendência revela um fortalecimento do acesso ao crédito por parte de empresas e famílias, em reflexo a uma recuperação econômica gradual.

Crédito ampliado a empresas

O crédito ampliado destinado a empresas atingiu R$ 6,2 trilhões, equivalente a 54,8% do PIB, com um aumento mensal de 0,8%.

Destacou-se o crescimento de 2,4% nos títulos de dívida.

Comparado a agosto de 2022, houve uma expansão de 15,6%, impulsionada por um aumento expressivo de 28,70% nos títulos de dívida e de15,40% nos empréstimos externos.

Crédito ampliado às famílias

Para as famílias, o saldo do crédito ampliado foi de R$ 4,10 trilhões, o equivalente a 35,90% do PIB.

O crescimento mensal foi de 1,0%, e, em doze meses, a expansão alcançou 11,6%.

Esse aumento foi principalmente impulsionado pelos empréstimos do SFN, que registraram um crescimento total de 0,90% em agosto, a R$ 6,10 trilhões.

Composição da carteira de crédito

A carteira de crédito total do SFN experimentou crescimentos de 0,70% e 1,0% nas carteiras destinadas a empresas e famílias, respectivamente.

Em agosto, os montantes das carteiras foram de R$ 2,30 trilhões para empresas e R$ 3,8 trilhões para famílias.

Em um ano, a carteira total de crédito aumentou 10,10%, embora tenha mostrado um leve recuo em relação ao crescimento anterior, que era de 10,6%.

Carteira de crédito com recursos livres

A carteira de crédito com recursos livres apresentou um crescimento de 0,7% em agosto, a R$ 3,6 trilhões.

O segmento de pessoas jurídicas registrou um saldo de R$ 1,5 trilhão, com aumento de 0,6% no mês e de 7,2% em doze meses.

As principais modalidades com aumento foram: antecipação de faturas de cartão de crédito (+2,4%), adiantamento de contratos de câmbio (+2,0%) e capital de giro com prazo inferior a 365 dias (+4,4%).

Carteira de crédito direcionado

O saldo da carteira de crédito direcionado alcançou R$ 2,6 trilhões, com incrementos de 1,0% no mês e de 11,4% em doze meses.

O crédito direcionado para empresas subiu para R$ 845,70 bilhões, com aumento de 0,8% em agosto e 9,30% em doze meses.

Para as famílias, o crédito avançou 1,10% no mês, a R$ 1,70 trilhão, com destaque para financiamentos imobiliários e rurais.

Concessões de crédito e taxas de juros

As concessões nominais de crédito do SFN totalizaram R$ 623,50 bilhões em agosto, com um crescimento de 1,0% nas séries ajustadas sazonalmente.

Enquanto as concessões para empresas aumentaram 1,30%, as operações com pessoas físicas recuaram 0,50%.

Em doze meses, as concessões aumentaram 12,0%, com um incremento igual nas operações com empresas e famílias.

Taxas de juros

A taxa média de juros das concessões atingiu 27,70% ao ano, uma leve queda de 0,10 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Para as empresas, a taxa média foi de 18,50%, com um aumento de 0,1 p.p. no mês, enquanto que, para as famílias, a taxa alcançou 32,2%, com reduções de 0,2 p.p. e 3,90 p.p. em doze meses.

Inadimplência e endividamento das famílias

O percentual de inadimplência da carteira de crédito do SFN se manteve estável em 3,2%.

Entre os segmentos, a inadimplência empresarial ficou em 2,4%, com uma leve alta no mês, enquanto a inadimplência das famílias subiu para 3,8%.

O endividamento das famílias alcançou 47,90% em julho, um aumento de 0,2 p.p. em relação a junho.

Base monetária

Em agosto, a base monetária totalizou R$ 434,6 bilhões, com um aumento de 0,4% no mês.

O M2, que inclui os depósitos de poupança e outros ativos líquidos, cresceu 0,90%. O M3 também registrou um crescimento significativo, a R$ 11,90 trilhões.