Valor recorde

Maior da história: juros impulsionam déficit do setor público para R$ 950,4 bilhões

Setor público registra déficit recorde de R$ 950,4 bilhões em 2024, impulsionado pelo crescimento dos juros e perdas em swaps cambiais

Maior da história: juros impulsionam déficit do setor público para R$ 950,4 bilhões

O setor público consolidado apresentou um resultado negativo de R$ 96,117 bilhões com juros em dezembro, isso amplia o rombo de R$ 92,459 bilhões registrado em novembro, de acordo com os dados do Banco Central.  

No acumulado de 2024, as despesas com juros atingiram um histórico de R$ 950,423 bilhões, o equivalente a 8,05% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Maior gasto do setor público da série histórica 

O montante do setor público registrado em 2024 é o maior desde o início da série histórica do Banco Central, em 2002. O valor supera em mais de R$ 200 bilhões o recorde anterior, de R$ 718,294 bilhões, alcançado em 2023. 

Essa despesa inclui o fluxo de juros apropriado por competência incidente sobre a dívida interna e externa, abrangendo tanto juros reais quanto a atualização monetária da dívida.

Além disso, o valor do setor público também engloba os resultados do Banco Central com o estoque de swaps cambiais mês a mês. 

Impulsionado pelo crescimento dos juros, o déficit nominal do setor público consolidado alcançou R$ 997,976 bilhões em 2024, tornando-se o segundo maior da série histórica em termos nominais.  

A crise gerada pela pandemia de covid-19 superou o resultado apenas em 2020, levando o déficit a R$ 1,105 trilhão.

Fatores que explicam o aumento 

De acordo com Renato Baldini, chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, o crescimento dos juros apropriados em 2024 decorre de dois fatores principais: a expansão da dívida e as perdas em swaps cambiais. 

Em 2024, as operações de swap cambial acumularam uma perda de R$ 115,9 bilhões. Por outro lado, em 2023, essas operações haviam gerado um ganho de R$ 70,9 bilhões.   

“Esse aumento dos juros apropriados em 2024, relativamente a 2023, é explicado pelo próprio crescimento da dívida. A dívida em si evolui de um ano para o outro e, portanto, o volume sobre o qual os juros incidem aumenta. E também é mais expressiva pela perda em swaps”, afirmou Baldini.