Em uma declaração otimista durante a J. Safra Brazil Conference 2024, realizada em São Paulo na última quarta-feira (25), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou confiança de que a economia brasileira vai manter um crescimento superior a 2,5% ao longo dos quatro anos do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Não vejo razão para o Brasil crescer nem muito acima nem muito abaixo da média mundial. Penso que o Brasil tem todas as condições de crescer acima de 2,5% nos quatro anos do mandato [do presidente Lula]”, afirmou Haddad.
Números recentes do PIB animam Haddad
O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 foi um fator que contribuiu para a visão otimista do ministro.
O PIB avançou 2,90% no ano passado, impulsionado por uma supersafra de grãos que levou a agropecuária a um crescimento recorde.
No entanto, para 2025, a previsão foi de um crescimento mais modesto, estimado em 1,90%.
Perspectivas para a inflação
Além de um crescimento robusto do PIB, Haddad também demonstrou otimismo em relação à inflação.
Ele acredita que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai ser menor em 2024 em comparação a 2023, e afirma que “não há nenhuma razão para imaginar que a inflação do ano que vem não será mais baixa do que a de 2024”.
No entanto, o ministro ressaltou a necessidade de cautela.
“Obviamente, muita coisa inspira cuidado. A questão climática, sobretudo, é um desafio. Alimento e energia são duas variáveis fundamentais que podem ser afetadas pela mudança climática”, ponderou Haddad.
Haddad cita desafios do clima para o Orçamento
Recentemente, Haddad havia discutido a necessidade de incluir os desastres ambientais no Orçamento federal.
Ele enfatizou que, diante das enchentes no Rio Grande do Sul (RS) e da forte seca que afeta diversas regiões do País, tornou-se imprescindível considerar esses eventos nas projeções orçamentárias futuras.
Otimismo com a nota de crédito do Brasil
Durante sua fala, o ministro abordou o sentimento de otimismo em relação à nota de crédito do Brasil e destacou que as agências de classificação de risco revisam suas avaliações do País.
“Já tivemos as três agências de risco [S&P, Moody’s e Fitch]. E há uma expectativa bem fundamentada de que isso vai continuar no próximo ano”, projetou Haddad.
Essa declaração ocorreu após uma viagem do ministro e do presidente Lula a Nova York (NY), onde se reuniram com representantes das principais agências de classificação de risco.
Haddad avaliou que o prognóstico era “bom” e que, segundo as projeções do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a nota de crédito do Brasil deve melhorar nos próximos anos.
O que significa o grau de investimento
O grau de investimento representa uma classificação que indica o nível de risco associado a investimentos em um determinado país.
O Brasil já ocupou essa posição no início dos anos 2010, mas perdeu o status após a crise econômica que começou em 2015.
A recuperação desse selo tornou-se um dos objetivos do governo atual.
Atualmente, a Moody’s mantém a nota de crédito do Brasil em nível Ba2, com perspectiva “positiva” – uma possível elevação da nota no futuro.
Com essa classificação, o país está na categoria de grau especulativo, um risco maior para investimentos estrangeiros.
Por outro lado, a Fitch Ratings e a Standard & Poor’s (S&P) classificam o Brasil com a nota de crédito BB e perspectiva estável, e colocaram-o, novamente, no grau especulativo e a dois passos do grau de investimento.
As informações são de g1.