Sem grandes movimentações

IPCA-15 de junho “não empolga nem preocupa”, diz analista; confira

Processo desinflacionário indica encontrar uma resistência nesse momento, declarou André Valério, economista-sênior do Inter

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Bom dia, Lucas, tudo bem?

Nesta quarta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), conhecido como a prévia oficial da inflação no País, avançou 0,3 p.p. em junho.

O número representa uma aceleração no acumulado em doze meses, de 3,70%, em maio, para os atuais 4,06%. Para o economista-sênior do Inter (INBR32), André Valério, o avanço, em parte, reflete a base fraca de comparação da inflação desse período em 2023, que variou 0,04%.

Além disso, a média dos núcleos da inflação, avançou marginalmente, e recolocou a média móvel de três meses em tendência de alta. Entretanto, no acumulado em doze meses, a média dos núcleos recuou marginalmente.

Dentre os nove grupos pesquisados, sete registraram alta em junho, com o destaque para Alimentação e Bebidas com alta de 0,98%. O fator de alta foi a Alimentação em Domicílio, que acelerou devido às altas dos alimentos.

No grupo de Habitação, o resultado foi influenciado pelo aumento na taxa de água e esgoto. Já em Saúde e Cuidados Pessoais, a alta foi consequência do aumento nos planos de saúde, devido a reajustes aprovados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho.

Houve queda na inflação do grupo de Transportes, como consequência das quedas nos preços dos combustíveis e nos preços das passagens aéreas.

Por fim, a inflação de serviços no acumulado em doze meses recuou em todas as métricas, com exceção dos itens administrados.

“Em resumo, o resultado não empolga nem preocupa. O processo desinflacionário indica encontrar uma resistência nesse momento”, destacou Valério. Contudo, demonstra não haver sinais alarmantes de que esse processo se reverta no curto prazo.

“A inflação acumulada em 12 meses deve continuar em tendência de alta, próxima de 4,5%, teto da meta, o que tem reflexo negativo pelo efeito inercial. A retomada dos cortes de juros em 2025 depende de uma melhora substancial no cenário, seja pela desaceleração no consumo com o maior aperto monetário (e um corte de gastos públicos também contribuiria positivamente) ou pela melhora no cenário externo via câmbio”, completou.