A produção industrial brasileira cresceu 4,10% em junho e se recuperou da queda de 1,50% em maio. Esse foi o melhor resultado mensal da indústria desde julho de 2020, quando o crescimento registrado foi de 9,10%.
O número de agora surpreendeu o mercado financeiro, que esperava alta de 2,70% no mês, mas veio próximo da projeção do C6 Bank, que era de 3,70%, pontuou o economista-chefe do banco, Felipe Salles.
“Diferentemente de maio, houve uma predominância de números positivos. As três categorias (bens de capital, bens intermediários e bens de consumo) e a maior parte das atividades industriais pesquisadas apontaram crescimento na produção. A indústria extrativa cresceu 2,5% e a indústria de transformação, 4,5%”, comentou.
Para Salles, o resultado divulgado nesta sexta-feira (2) foi forte e reforça a tendência de um Produto Interno Bruto (PIB) robusto no segundo trimestre do ano.
“Acreditamos que a atividade econômica brasileira pode ter crescido mais de 1% entre abril e junho de 2024. Ainda que a expectativa para o segundo semestre seja de desaceleração da economia, esperamos um PIB forte para 2024, de 2,5%. Também projetamos um crescimento acima de 2,5% para a indústria brasileira em 2024”, concluiu.
A análise de Marina Garrido, economista do Itaú Unibanco, se alinha às mesmas expectativas.
“A alta da produção industrial em junho foi disseminada e puxada tanto pela indústria da transformação quanto pela extrativa, e devolve o choque das enchentes do Rio Grande do Sul que havia afetado a indústria em maio. O resultado forte no mês aponta para uma atividade resiliente no 2º trimestre do ano e um viés de alta para o PIB de 2024”, avalia.