Mercado financeiro

Perspectivas para janeiro/2025 no mercado financeiro

Cenário global e brasileiro: desafios fiscais e impactos econômicos marcam janeiro de 2025.

Desafios e oportunidades: um olhar atento sobre as perspectivas econômicas para janeiro de 2025 no Brasil e no mundo.
Desafios e oportunidades: um olhar atento sobre as perspectivas econômicas para janeiro de 2025 no Brasil e no mundo. | (Canva)

O início de 2025 trouxe à tona debates cruciais sobre os impactos da volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e a intensificação da crise de confiança no Brasil. Esses temas têm guiado os movimentos do mercado financeiro global e local, marcando um cenário de incertezas e oportunidades. Vamos explorar as nuances dessas questões e suas implicações nas principais classes de ativos.


A volta de Trump e o impacto global

Donald Trump assumirá oficialmente o comando dos EUA em 20 de janeiro de 2025, trazendo consigo a agenda “Make America Great Again” (MAGA). Essa agenda abrange áreas como política fiscal, tarifas comerciais, desregulamentação, energia, imigração e geopolítica. Desde novembro de 2024, mercados globais já começaram a precificar expectativas de crescimento e inflação superiores nos EUA, refletindo-se na valorização das bolsas americanas, aumento das taxas de juros longas e fortalecimento do dólar.

A precificação antecipada de políticas protecionistas, como a aplicação de tarifas comerciais, indica uma possível tensão nas relações comerciais entre os EUA e seus parceiros, especialmente China e Europa. A força do dólar, impulsionada por essas perspectivas, cria desafios adicionais para moedas emergentes, como o real brasileiro, e para o equilíbrio do comércio internacional.


Perspectivas para o Brasil em Janeiro/2025

No Brasil, a crise de confiança na condução da política fiscal se agravou. A apresentação de um pacote fiscal tímido em novembro de 2024 aumentou a percepção de risco. Propostas como a isenção de impostos para ganhos de até R$ 5 mil trouxeram preocupações adicionais ao criar despesas sem fontes claras de financiamento. Além disso, a desautorização pública do Ministro da Fazenda pelo próprio governo minou ainda mais a credibilidade das autoridades fiscais.

Essa crise culminou em uma deterioração dos preços dos ativos brasileiros:

  • Depreciação do real: Pressionado pelo cenário fiscal e pela força global do dólar.
  • Alta na curva de juros: Refletindo a necessidade de compensar o risco elevado.
  • Inflação: Expectativas de preços mais altos a médio prazo.

Ações das autoridades brasileiras

A resposta oficial até agora tem sido insuficiente para conter a crise de confiança. O Banco Central tentou intervir com um choque de juros e venda de mais de USD 20 bilhões em reservas internacionais, mas esses movimentos mostraram impacto limitado e temporário sobre o câmbio. A ausência de um plano fiscal robusto mantém o país vulnerável a um ambiente de desancoragem nominal, intensificando o risco de recessão.


Estratégias e oportunidades no cenário atual

No Brasil

  1. Renda Fixa: Posições tomadas em juros nominais e compradas na inflação implícita.
  2. Ações: Estratégias long-short em ações brasileiras para capturar alfa puro.
  3. Moedas: Exposição vendida ao real contra o dólar, buscando proteção e retorno.

No Exterior

  1. Renda Fixa: Redução das posições tomadas nos EUA e aumento em países desenvolvidos e emergentes selecionados.
  2. Ações: Manutenção de exposição tática a índices futuros americanos.
  3. Moedas: Operações alavancadas via opções de curto prazo para explorar oportunidades táticas.

O que esperar de Janeiro/2025

As perspectivas para janeiro/2025 destacam um mercado financeiro moldado por incertezas e desafios significativos. Enquanto os EUA caminham para ajustes estruturais sob Trump, o Brasil enfrenta uma necessidade urgente de restaurar a confiança fiscal. Investidores devem monitorar de perto:

  • A eficácia das políticas econômicas americanas e seus impactos inflacionários.
  • Possíveis mudanças na estratégia fiscal brasileira.
  • Movimentos cambiais e dinâmicas de juros locais e globais.