O anúncio de um corte de R$ 15 bilhões no Orçamento confirmou as projeções da Warren Investimentos e reforça o compromisso do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o equilíbrio fiscal, apontou Felipe Salto, economista-chefe da plataforma.
Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, apontou que o corte foi dividido em R$ 11,2 bilhões de bloqueio e R$ 3,8 bilhões de contingenciamento.
“A nosso ver, isso significa que as despesas obrigatórias foram revisadas em R$ 11,20 bilhões + R$ 2,50 bilhões, dado que o governo tinha uma folga nas despesas em relação ao limite de gastos da ordem de R$ 2,5 bilhões”, comentou Salto.
O governo federal, que registrava projetado um déficit primário de R$ 14,50 bilhões no segundo relatório bimestral, utilizou parte dessa margem para conter o déficit abaixo do limite inferior da meta, e contingenciou o necessário para atingir esse objetivo.
A revisão na projeção da receita líquida totalizou R$ 15,6 bilhões – R$ 11,8 bilhões em redução na estimativa de receita e R$ 3,8 bilhões em contingenciamento.
“Se isso se confirmar, na divulgação do dia 22 de julho (Relatório Bimestral de Despesas e Receitas), a receita líquida projetada pelo governo passa a ser de R$ 2,165 trilhões, uma alta real de cerca de 9,5%, e não mais de 10,5%”, apontou o economista.
De acordo com Salto, os números confirmariam a avaliação de que a revisão de projeção da arrecadação seria feita de modo paulatino, e não abrupto.
O economista considerou o anúncio positivo, “porque, mesmo que ainda remanesça uma necessidade de corte de R$ 12,0 bilhões, dado que estimamos um corte total necessário de R$ 27,0 bilhões, o congelamento anunciado (bloqueio + contingenciamento) já resolve parte relevante do problema”.
Nos próximos meses, a dinâmica das despesas obrigatórias, atreladas à evolução da receita, pode contribuir para o ajuste restante, embora um segundo contingenciamento ainda possa ser necessário, avalia Salto.