Nesta quinta-feira (25), foi divulgado que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos da América (EUA) cresceu 3,30% no quarto trimestre do ano de 2023, bem acima do esperado pelo consenso do mercado financeiro.
E, ainda, do outro lado do globo, o Banco Central Europeu (BCE) informou sua nova decisão de política monetária e manteve suas taxas de juros-chave inalteradas pela terceira vez consecutiva.
EUA
Ashwin Alankar, chefe de Alocação Global de Ativos e gestor de Portfólio na Janus Henderson Investors, avalia que “a divulgação do PIB norte-americano confirma as sequências de dados anteriores que apoiam uma tese bem-sucedida de pouso suave na batalha do Federal Reserve (Fed, o Banco Central) contra a inflação”.
“Os números refletem a desinflação e ecoam a força do consumidor americano, uma surpresa para muitos, mas provavelmente o resultado de que a sensibilidade do consumidor a taxas mais altas (principalmente através de hipotecas) foi atenuada, pois os consumidores garantiram taxas de financiamento recordes durante a pandemia e têm pouca exposição a taxas flutuantes”.
Contanto que o Fed não corte as taxas muito ansiosamente e injete liquidez no sistema, uma segunda onda de inflação estaria contida, na opinião de Alankar. E aí, diz o executivo, o Fed vai ter “normalizado com sucesso os preços e evitado sufocar a economia”.
Alankar comenta, que, “ironicamente”, devemos comemorar uma política mais apertada e por mais tempo, “caso contrário, essa segunda onda pode nos atingir”.
Europa
Na visão de Robert Schramm-Fuchs, gestor de Portfólio de Ações Europeias na Janus Henderson Investors, a coletiva de imprensa do Banco Central Europeu (BCE), com a presidente Christine Lagarde mais cedo, “foi encorajadora para os mercados de ações”.
Para o executivo, a líder da autoridade monetária deixou a porta aberta para o início do ciclo de corte das taxas de juros em abril, pois ela destacou a importância das projeções atualizadas da equipe, que estarão disponíveis em março.
“A presidente falou muito sobre pressões salariais hoje, e a realidade da inflação anualizada principal e geral de seis meses na Zona do Euro já recuou para a faixa de baixos 2%”, complementou.
Schramm-Fuchs observa que indicadores de líderes monetários apontam para uma redução adicional, o que deve indicar uma taxa de inflação anual que retorne ao seu alvo de 2% durante o segundo semestre de 2024.
“Dada a estagnada economia europeia à beira da recessão nos últimos 18 meses – em comparação com um pouso suave aparentemente perfeito nos EUA – cortes de taxa do BCE devem permanecer firmemente no radar do mercado de ações”, opina.