Apesar do relatório Payroll desta sexta-feira, 6 de setembro, decepcionar com números abaixo das expectativas, os dados não devem afetar a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, sobre o próximo corte de juros, de 0,25% ou 0,50%, que o mercado estima acontecer na próxima reunião da autarquia em 18 de setembro. Atualmente a taxa está na casa dos 5,25% a 5,50%.
Essa opinião é defendida pelos analistas Gustavo Cruz, da RB Investimentos, e Adam Hetts, da Janus Henderson. Ambos acreditam que, embora o cenário mostre sinais de desaceleração, não há evidências suficientes para mudanças drásticas na política monetária dos Estados Unidos no curto prazo, com o mercado que aguarda novos dados para confirmar o rumo da economia.
Hetts alerta que o relatório mantém a tendência de desaceleração econômica, mas não ameaça abertamente a narrativa do soft landing – um pouso suave da economia americana –ou indicar claramente uma redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros em setembro.
Os números
Em agosto, a economia dos EUA criou 142 mil novos empregos, abaixo da expectativa de 165 mil, conforme apontou o relatório Payroll divulgado pelo Departamento de Trabalho local nesta sexta-feira (6).
A taxa de desemprego ficou estável em 4,2%, em linha com as previsões.
Já o crescimento dos salários por hora subiu 0,4% em relação ao mês anterior, acima das estimativas de 0,30%.
Diante disso, Hetts destacou que o crescimento de 142 mil na folha de pagamento, junto com a taxa de desemprego em 4,2%, mantém a narrativa de um “soft landing” intacta.
“Embora represente uma melhora em relação aos resultados de julho, a tendência geral de desaceleração persiste, especialmente com o setor industrial apresentando uma queda revisada de 86 mil vagas. No entanto, a taxa de desemprego não traz novas preocupações”, destaca o analista.