Economia

Redução de impostos sobre alimentos: o que muda?

Governo também busca zerar ICMS da cesta básica e fortalecer estoques da Conab

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O governo federal decidiu zerar o Imposto de Importação de nove produtos alimentícios, como forma de conter a inflação e reduzir os preços ao consumidor.

O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e representantes do setor privado, no Palácio do Planalto.

A medida foi aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), prevê a isenção de alíquotas atualmente aplicadas a alimentos como azeite, milho, óleo de girassol, sardinha, biscoitos, massas (macarrão), café, carnes e açúcar.

Confira os produtos que terão imposto zerado:

  • Azeite (alíquota atual: 9%)
  • Milho (7,2%)
  • Óleo de girassol (até 9%)
  • Sardinha (32%)
  • Biscoitos (16,2%)
  • Macarrão (14,4%)
  • Café (9%)
  • Carnes (até 10,8%)
  • Açúcar (até 14%)

Além disso, a cota de importação do óleo de palma será ampliada de 65 mil para 150 mil toneladas.

Preocupações com impacto para produtores de alimentos

Apesar das preocupações com a concorrência de produtos importados, Alckmin garantiu que a medida não prejudicará os produtores nacionais, destacando que os itens com isenção tarifária representam uma parcela pequena das importações. 

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, também reforçou que a perda de arrecadação deve ser mínima.

A medida começou a valer em março para alguns itens, como carne, açúcar, milho e café.

Outras ações anunciadas

Além da redução dos impostos, o governo federal anunciou outras três frentes para conter a alta dos alimentos:

  •  Fortalecimento dos estoques reguladores da Conab

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) receberá novos recursos para reestruturar estoques públicos de alimentos, como arroz e feijão, fundamentais para estabilizar preços em momentos de escassez. 

Em fevereiro, a companhia solicitou R$ 737 milhões para essa finalidade.

  • Prioridade para cesta básica no Plano Safra

Os financiamentos subsidiados do próximo Plano Safra terão foco na produção de itens que compõem a cesta básica, com estímulo a produtores rurais voltados ao abastecimento do mercado interno.

Expansão do SISBI-POA

O governo pretende acelerar o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), que permite a venda de alimentos como leite, ovos, mel e carnes em todo o país, mesmo quando inspecionados por órgãos municipais ou estaduais.


A meta é ampliar o número de registros no sistema de 1.550 para 3 mil, aumentando a competitividade e reduzindo custos no setor.

ICMS dos estados

O governo federal também está em diálogo com governadores para tentar zerar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre produtos da cesta básica. 

No entanto, muitos estados resistem à proposta, já que o tributo é uma importante fonte de arrecadação. 

A medida, se concretizada, complementaria o esforço federal para controlar os preços dos alimentos.