Criptomoedas

Regulação das criptomoedas no Brasil: O futuro do setor no país

O Brasil se destaca na adoção de criptomoedas com a Lei N° 14.478/2022, enfrentando desafios de regulamentação e segurança no mercado digital

Expansão do mercado de criptomoedas no Brasil: um em cada cinco brasileiros possui criptoativos, impulsionando a adoção e a regulamentação
Expansão do mercado de criptomoedas no Brasil: um em cada cinco brasileiros possui criptoativos, impulsionando a adoção e a regulamentação

O mercado de criptomoedas no Brasil vive uma fase de expansão, com um grande aumento no número de investidores em ativos digitais. Estima-se que um em cada cinco brasileiros já possua alguma forma de criptoativo, colocando o país como um dos líderes em termos de adoção dessas tecnologias. Esse crescimento, embora promissor, ainda enfrenta dificuldades em relação à regulamentação e a adaptabilidade às realidades do mercado.

Em dezembro de 2022, o Brasil deu um passo importante ao sancionar a Lei N° 14.478/2022, também conhecida como Marco Legal dos Criptoativos. Essa legislação foi fundamental para o setor, pois estabeleceu diretrizes claras que protegem os investidores e asseguram que apenas entidades com elevados padrões de segurança e transparência possam operar. Isso mostrou o esforço do país em se alinhar às melhores práticas internacionais.

O Brasil tem um grande mercado de moedas digitais, com muitas opções. Embora as stablecoins sejam as favoritas dos brasileiros, projetos menos fundamentados, conhecidos por shitcoins, também estão ganhando popularidade no país. Muitas dessas moedas chegam com promessas de inovação e diferenciais tecnológicos. Apesar de ser investimentos voláteis, há muitas shitcoins promissoras no mercado.

Além disso, a adoção da lei de criptoativos no Brasil coincidiu com um período de turbulência para o mercado de criptomoedas, marcado por grandes falências e casos de fraudes que reforçaram a necessidade de um marco regulatório eficaz. Apesar dos grandes avanços, a regulação das criptomoedas no Brasil ainda tem questões a resolver, especialmente relacionados à educação e à confiança do usuário.

Um estudo apontou que, desde o início de 2022, as fraudes no mercado de criptomoedas já acumularam perdas de aproximadamente R$ 429,4 bilhões, com um grande crescimento de fraudes utilizando técnicas de deepfake”. Além disso, no primeiro semestre de 2024 aumentou de 150% na média de hacks em comparação ao ano anterior, com roubos que atingiram valores surpreendentes.

A complexidade das tecnologias envolvidas e a volatilidade dos mercados podem intimidar novos investidores, tornando fundamental a implementação de programas de educação financeira focados em criptoativos. Para esse ano, estão previstas iniciativas regulatórias adicionais, como a emissão de licenças para operadoras de criptomoedas e a regulamentação específica de stablecoins. Tais medidas são essenciais para fortalecer a estrutura do mercado, prevenindo práticas ilegais e garantindo um ambiente de negócios mais seguro.

A introdução do real digital e o aumento da visibilidade de conceitos como tokenização e contratos inteligentes destacam a necessidade de uma educação financeira robusta para que os investidores possam navegar com segurança no mercado de criptomoedas. Iniciativas como a da ANBIMA, que mapeia projetos de educação financeira no país, visam ampliar a compreensão e a inclusão financeira por meio de criptoativos. 

A clareza nas normas regulatórias e a existência de licenças para operadores de criptoativos que aumenta a segurança jurídica. Isso atrai mais empresas e investidores de alto padrão para o setor. Ademais, um mercado regulado minimiza riscos associados a esquemas de pirâmide, fraudes, lavagem de dinheiro e evasão fiscal, promovendo uma operação mais ética.

Com as bases já estabelecidas pelo Marco Legal dos Criptoativos, o Brasil tem a oportunidade de liderar em um mercado de criptomoedas maduro. E as associações do segmento, como a ABCripto, serão importantes nesse processo, colaborando com as autoridades para aprimorar as políticas vigentes e desenvolver novos produtos e serviços financeiros.

A ABCripto, por exemplo, está ativamente envolvida em campanhas sociais e educacionais, além de contribuir para o desenvolvimento da infraestrutura e regulamentação do mercado de criptoativos no Brasil. Isso inclui a participação em eventos educativos e a promoção de padrões de segurança entre seus membros, que incluem algumas das principais empresas e startups do setor​.

A expansão dos ETFs de Bitcoin e a participação ativa em eventos internacionais são indicativos da maturidade do mercado brasileiro de criptoativos e da sua capacidade de atrair investimentos altos. Eventos como o Blockchain Rio e a Febraban Tech são exemplos de plataformas onde profissionais e empresas podem se conectar, discutir e formar parcerias estratégicas, impulsionando ainda mais o mercado nacional e internacional de criptomoedas​.