Em meio ao aumento das tensões comerciais globais e à crescente preocupação com uma possível desaceleração econômica, a presidente-executiva do Santander, Ana Botín, fez um alerta nesta sexta-feira (4) sobre o impacto das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.
Apesar do cenário adverso, a executiva manteve o otimismo em relação aos resultados do banco para 2025, reforçando a estratégia de diversificação geográfica como elemento-chave para enfrentar as turbulências do mercado.
“Embora estejamos monitorando as implicações dos recentes anúncios de tarifas nos EUA, é em tempos desafiadores que o valor de nossa diversificação se torna mais evidente.
Nossa diversificação atua como um estabilizador em um ambiente global incerto”, afirmou Botín, segundo comentários obtidos pela agência Reuters, durante assembleia anual de investidores do banco espanhol.
O pronunciamento ocorre em um momento delicado para o setor financeiro. As ações de bancos europeus sofreram forte queda nos últimos dias, com o índice do setor bancário da região recuando mais de 10% nesta sexta-feira.
Instituições com forte presença nos Estados Unidos, como o próprio Santander e o britânico Barclays, foram algumas das mais afetadas.
Apesar disso, Botín destacou a resiliência dos mercados em que o Santander atua. “Nossos mercados continuam resistentes. Os dados de emprego – que são a pedra angular da qualidade dos ativos – são muito bons”, afirmou.
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Santander: expansão nos EUA e força na América Latina
Os Estados Unidos, atualmente o quinto maior mercado do Santander, seguem como foco de expansão. O banco registrou um lucro líquido de € 1,11 bilhão no país em 2024, um crescimento de 19% em relação ao ano anterior.
Paralelamente, os principais mercados da América Latina, como o Brasil, continuam sendo uma vantagem estratégica, especialmente em um momento em que muitos concorrentes seguem altamente dependentes da Europa.
A instituição também destacou que tem conquistado mais clientes e aprimorado sua eficiência operacional.
No primeiro trimestre de 2025, o Santander registrou avanço no índice de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que passou de 15,5% no final de 2024 para 15,7%. A meta do banco para este indicador até o fim do ano é de aproximadamente 16,5%.
Para 2025, o Santander projeta uma receita de cerca de € 62 bilhões, após ter encerrado 2024 com lucro recorde.
A expectativa da diretoria é de que a estratégia de diversificação, aliada à presença sólida em diferentes mercados e ao aproveitamento de oportunidades em ambientes com juros elevados, mantenha o banco no caminho do crescimento sustentável.
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