As associações que representam bares e restaurantes (Abrasel), setor financeiro (Zetta) e empresas de internet (Abranet) estão se mobilizando para enviar uma carta ao presidente Lula. O assunto é a defesa do saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Essa ação vem em resposta à intenção do governo federal de extinguir a modalidade.
Defesa das associações
Segundo o documento, a extinção seria especialmente prejudicial para trabalhadores negativados, que utilizam o saque-aniversário para quitar dívidas com juros elevados, sendo que 75% dos aderentes estão nessa situação.
Além disso, as associações querem contestar o argumento de que a modalidade compromete o uso do FGTS para a compra de imóveis.
O documento mostra que o fundo cresceu em 40% entre 2020 e 2024, passando de R$ 529 bilhões para R$ 739 bilhões.
Extinção do saque-aniversário do FGTS
Essa defesa se contrapõe às iniciativas do governo, que planeja mudanças no saque-aniversário, como anunciou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dário Durigan.
“Levei em várias reuniões a posição de preservação do FGTS para, de fato, atender esses direitos fundamentais e ser um funding seguro de previsibilidade”, disse o secretário.
As autoridades irão discutir as propostas, que têm como foco fortalecer políticas habitacionais, como o programa Minha Casa Minha Vida, ainda este ano.
Durigan disse que é preciso “olhar para o teto do fiscal e ter um compromisso de gastar, de fazer despesa pública até um determinado patamar”.
Porém, é necessário “fazer o foco nas políticas públicas, como o Minha Casa Minha Vida, que são vitórias e precisam ser preservadas”, completou.
Para que o saque-aniversário do FGTS é usado?
Uma pesquisa da fintech Meutudo mostra que a antecipação do saque-aniversário se tornou uma das principais fontes de crédito para brasileiros.
Mais de 40% dos entrevistados utilizando essa modalidade para cobrir despesas, principalmente dívidas em atraso, compras de mercado e dívidas de cartão de crédito.
Além disso, a maioria dos tomadores de crédito são jovens, com 47,50% dos participantes entre 18 e 30 anos, seguidos por adultos entre 31 e 45 anos, que representam 40%.