A Selic deve encerrar o ano em 9,75%, segundo o Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), ante uma projeção de 9% anteriormente.
Para os economistas, deve haver um corte de 0,25 pontos percentuais na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desta quarta-feira (7) e nas próximas sucessivamente até setembro, com a taxa permanecendo nesse patamar até dezembro.
"Elevamos o ponto terminal da Selic principalmente porque as incertezas que já existiam sobre os juros americanos se intensificaram com o resultado dos indicadores. A resiliência da inflação e da atividade econômica nos EUA, sobretudo no mercado de trabalho, postergou a expectativa de início da redução da taxa de junho para o final do ano" afirma Fernando Honorato, coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA.
Em relação à inflação no Brasil, a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) permaneceu em 3,6%.
Já para o PIB, a projeção de crescimento em 2024 passou de 2% para 2,2% devido ao dinamismo da demanda doméstica nos últimos meses, com elevação na renda das famílias e melhora no nível de emprego.
No câmbio, a estimativa para o dólar ao final deste ano aumentou de R$ 4,93 para R$ 5,00 influenciada pelas perspectivas para o cenário externo, desfavoráveis para países emergentes como o Brasil.
O grupo reduziu ainda a projeção para o déficit primário de 2024 de 0,70% do PIB para 0,61%. Apesar da melhora, os economistas avaliam que a política fiscal mantém um caráter expansionista, o que diminui o espaço para o Banco Central promover uma redução mais significativa dos juros no médio e longo prazo.
Já a previsão para a dívida bruta do setor público passou de 77,5% do PIB para 77,3%. Todas as análises do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA sobre as projeções estarão no Relatório Macroeconômico que será divulgado até 8 de maio.
(Informações da ANBIMA)