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Selic: efeito da Petrobras (PETR3)(PETR4) pode impactar no corte da taxa, diz analista

Felipe Uchida da Equus Capital avalia que a decisão da estatal contra o pagamento de dividendos extraordinários e a subsequente perda significativa de valor de mercado, pressionam os juros futuros em movimento de alta

- Arquivo/Agência Brasil
- Arquivo/Agência Brasil

O boletim Focus, elaborado pelo Departamento de Relacionamento com Investidores do Banco Central, apresenta o resultado de uma pesquisa com 120 instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos. Entretanto, ele representa a mediana dessas estimativas. No caso da Selic, a fórmula é a mesma. “Boletim Focus é o principal relatório do mercado para tentar prever o futuro da economia brasileira, entretanto, sua metodologia é baseada na mediana, o que torna difícil saber qual a probabilidade real atribuída pelo mercado para aquela previsão”, afirma Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital.

Agora, a Equus Capital semanalmente faz o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS). Através da coleta e tratamento de dados através de Inteligência Artificial (I.A), é possível estimar a probabilidade indicada pelo mercado de alteração para a próxima reunião do Copom.

“Analisando os dados, vemos que a probabilidade de corte indicada pelo IEPS, neste momento, é de 98,5%. Na semana anterior, o mercado indicava uma probabilidade de 99,1%. Vale lembrar que, no dia anterior á última reunião do Copom, este percentual estava em 92,0%”, afirma Uchida.

"Nesta semana, observamos uma leve redução no número de contratos em aberto no mercado de opções de Copom, passando de 26.494 para 26.420.

Além disso, há uma redução na probabilidade de um corte na taxa Selic, de 99,1% para 98,5%. "Estamos observando um cenário de reversão ao risco influenciado por incertezas fiscais e corporativas, particularmente em relação à Petrobras. A decisão contra o pagamento de dividendos extraordinários e a subsequente perda significativa de valor de mercado, pressionam os juros futuros em movimento de alta. Além disso, a menção de Lula sobre o aumento da arrecadação e possíveis discussões para ampliar gastos sinaliza um potencial impulso fiscal que pode influenciar as expectativas de inflação e, consequentemente, as decisões de política monetária. Com essas observações, aumenta-se a probabilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) optar por uma abordagem mais cautelosa, possivelmente favorecendo um corte de 0,50% na taxa Selic na próxima reunião, ao invés de acelerar o ritmo de cortes”, explica. 

Na estimativa de Uchida, as probabilidades são de corte de 0,50% da Selic para a reunião de 19 e 20 de março do Copom.