Arrecadação recorde

"Taxa das blusinhas" eleva arrecadação, mesmo com queda de 11% nas compras internacionais

Receita Federal arrecada R$ 2,78 bilhões com importações em 2024, impulsionada pela "taxa das blusinhas", apesar da redução nas compras

Shein
Shein | Foto/Shutterstock

A Receita Federal divulgou na quarta-feira (29) que as compras internacionais feitas por brasileiros registraram queda de 11% em 2024.

Apesar disso, a arrecadação sobre essas transações cresceu 40,7% e atingiu um recorde de R$ 2,78 bilhões. 

Um dos fatores que impulsionaram esse crescimento foi a cobrança do Imposto de Importação de 20% sobre compras de até US$ 50, conhecida como “taxa das blusinhas”.  

Impacto da “taxa das blusinhas” 

Implementada em agosto de 2024, a medida gerou uma arrecadação de R$ 670 milhões até dezembro, abaixo das expectativas do governo.  

Mesmo com a nova tributação, o total de compras internacionais caiu de 209,57 milhões em 2023 para 187,12 milhões em 2024.  

No entanto, a Receita Federal atribui o crescimento da arrecadação não apenas à “taxa das blusinhas”, mas também ao aumento das importações de remessas de até US$ 3 mil. 

Regras de tributação 

Aprovada pelo Congresso em junho de 2024, a “taxa das blusinhas” encerrou a isenção para compras abaixo de US$ 50.  

Para valores superiores, permanece a cobrança de 60% de Imposto de Importação, somada ao ICMS de 17% aplicado a todas as faixas de preço. 

Apesar do aumento na arrecadação, os resultados ficaram abaixo da projeção inicial do governo sobre a “taxa das blusinhas”.  

Em dezembro, as secretarias de Fazenda estaduais e do Distrito Federal decidiram subir de 17% para 20% a alíquota de ICMS. Porém, a decisão só entrará em vigor no dia 1º de abril de 2025.  

A decisão aconteceu após reunião Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz). 

De acordo com a Comsefaz, “o objetivo é garantir a isonomia competitiva entre produtos importados e nacionais, promovendo o consumo de bens produzidos no Brasil”.  

Assim, “os Estados pretendem estimular o fortalecimento do setor produtivo interno e ampliar a geração de empregos, em um contexto de concorrência crescente com plataformas de comércio eletrônico transfronteiriço”.