Na noite de terça-feira (19), Assaí (ASAI3), Carrefour (CRFB3) e GPA – Pão de Açúcar (PCAR3) divulgaram suas prévias operacionais referentes ao primeiro trimestre deste ano.
Para o BTG Pactual (BPAC11), os resultados das três empresas mostraram sinais mais animadores.
Apesar de novamente impactadas pela alta da inflação no trimestre e pelo fim do auxílio emergencial em outubro passado, que levou a um trade-down (troca por produtos mais baratos) por parte dos consumidores no período, Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) apresentaram números melhores (acima de estimativas), e aceleraram significativamente em relação aos trimestres anteriores, pontua o BTG.
Já o GPA (PCAR3), excluídas as lojas de hipermercados que foram vendidas ou estão sendo convertidas para outros formatos, apresentou resultados mais modestos (embora esperados).
Veja as considerações do BTG:
Assaí
A empresa apresentou números operacionais sólidos para o 1T22, um pouco acima das estimativas do BTG, apesar da base comparativa difícil.
As vendas líquidas cresceram 21% a/a para R$ 11,4 bilhões (3% acima das projeções do banco), com SSS em alta de 6,7% .
A empresa disse que o crescimento do SSS (vendas mesmas lojas) melhorou no trimestre, e atingiu níveis de dois dígitos em fevereiro e março.
O Assaí também registrou 4 aberturas de lojas no trimestre – 2 no Norte e 2 no Nordeste, e atingiu um total de 32 novas lojas nos últimos 12 meses e crescimento de 22% na área de vendas.
Carrefour
O SSS (ex-efeitos calendário) no segmento de alimentos cresceu 7,3% ano a ano, o que possibilitou um crescimento de vendas de 14,5% a/a (5% acima de nossa projeção).
O SSS de Atacadão subiu 8,5%.
Como resultado, as vendas cresceram 18,6% a/a (5,5% acima de nossa expectativa), impulsionadas por trinta e sete aberturas de lojas nos últimos 12 meses (mais 3 novos pontos de atacado, sendo que este canal representa 12% das vendas do formato).
Na divisão de varejo, o Carrefour apresentou crescimento de SSS de 0,6% a/a ex-postos de gasolina (ante o estimado de 1,4%), com crescimento de 8,4% a/a do segmento de alimentos e queda de 5,2% a/a do segmento de não alimentos.
Em sua plataforma digital, a CRFB registrou um GMV de e-commerce de R$ 1,1 bilhão, um aumento de 51% a/a, com sua operação de marketplace com o total de 19% do GMV total e o e-commerce de alimentos em avanço de 153% a/a, para R$ 515 milhões.
Em sua divisão de financiamento ao consumidor (CSF), o Carrefour registrou um crescimento de 11% a/a no faturamento para R$ 11,9 bilhões, impulsionado pela expansão de 15% a/a no Cartão Atacadão (35% do faturamento total).
O faturamento do cartão de crédito Carrefour cresceu 8% a/a, enquanto a carteira de crédito total cresceu 14% a/a para R$ 15,8 bilhões.
GPA
As vendas brutas do Brasil foram de R$ 4,2 bilhões, uma queda de 2,4% a/a, impactado por rupturas devido a ajustes logísticos e transferência de lojas de hipermercados para o Assaí (serão convertidas nos próximos trimestres).
O destaque positivo foi o formato bairro (SSS cresceu 5,5%), enquanto o SSS de Pão de Açúcar caiu 0,1%.
Após a venda dos hipermercados e a descontinuação do formato, 48,7% das vendas do GPA Brasil passaram a ser do formato premium.
As vendas de e-commerce do GPA cresceram 44% a/a – 9,9% das vendas de alimentos do GPA Brasil.
Em outra frente, as vendas do Grupo Éxito totalizaram R$ 6,9 bilhões ( 5,2% a/a e 20,3% em moeda constante), com SSS em alta de 20,8% a/a. Em uma base consolidada, o faturamento foi de R$ 11,1 bilhões, 2,2% a/a e 3% acima de nossa projeção.
Nos últimos anos, o varejo de alimentos brasileiro apresentou ciclos de aumento de volumes e queda de preços, e vice-versa, em pressão às margens e ao crescimento.
O 2S21 trouxe um forte ponto de inflexão, com o fim do auxílio emergencial em outubro e inflação mais forte em alguns alimentos.
Recomendações
O BTG reiterou recomendação de compra para ASAI3, CRFB3 e PCAR3, com preços-alvo de R$ 19,00, R$ 27,00 e R$ 47,00, respectivamente.