SpaceDica

Assessoria de investimentos e gestoras de recursos. Você sabe a diferença?

Os termos são bastante usados no mercado financeiro, porém, a diferença entre eles ainda causa muitas dúvidas

- Ruslan Burlaka/Pexels
- Ruslan Burlaka/Pexels

É bem provável que em algum momento você já tenha ouvido falar em escritórios de agentes autônomos e gestoras de recursos de terceiros. Os termos, afinal, são bastante usados no mercado financeiro. Porém, a diferença entre eles ainda causa muitas dúvidas.

Abaixo, você confere como atua cada um desses players importantes do mercado de capitais

“Conselheiros”

Segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), entidade que regula o trabalho tanto dos agentes autônomos quanto das gestoras de recursos, hoje em dia há mais de 15 mil agentes autônomos cadastrados, o dobro da quantidade registrada em 2018, quando o mercado contava com pouco mais de sete mil profissionais. 

O mercado de assessoria de investimentos está crescendo cada vez mais no Brasil.Para se ter um ideia do quanto a profissão está em evidência, só nos primeiros seis meses de 2021, dois mil novos agentes começaram a atuar.

Como eles atuam?

O agente autônomo atua como um “conselheiro” e intermedia as ordens de investimento dadas pelos investidores, servindo como uma “ponte” entre esses dois canais. 

É importante destacar que esses profissionais não podem recomendar investimentos. Em geral, os escritórios de assessoria são vinculados a corretoras parceiras e casas de análise, responsáveis por analisar o mercado. 

A partir dos insights trazidos por esses parceiros, os assessores auxiliam seus clientes na montagem das suas carteiras.

Dividido em equipes, o escritório de agentes autônomos conta com um time de profissionais que fica na “linha de frente”, em contato permanente com os clientes.

Quando um novo cliente passa a ser atendido pelo escritório, um ou mais assessores procuram entender quais são os objetivos do investidor e em qual prazo ele pretende realizá-los. 

Eles podem auxiliar, por exemplo, a criar uma carteira de investimentos de longo prazo, com foco na aposentadoria; um portfólio de médio prazo, com foco na compra de um apartamento ou até no planejamento sucessório.. 

Porém, no final das contas, a escolha dos ativos e composição da carteira parte diretamente do investidor, que precisa sempre estar antenado e cada vez mais buscar conhecimentos para gerenciar o seu portfólio. 

Para quem não tem tempo (ou mesmo interesse) para aprender a investir e gerenciar os próprios investimentos, o ideal é buscar uma gestora de recursos de terceiros.

Gestão

Principalmente quem já tem um grande patrimônio geralmente não tem tempo para gerenciar a carteira de ativos. 

A necessidade de diversificação entre diferentes produtos, calcular a rentabilidade, sair de posições que não valem mais a pena e buscar novas oportunidades é um trabalho que exige dedicação. 

Em casos assim, o mais comum é que uma gestora de recursos de terceiros passe a “tomar conta” dos recursos, uma função que tradicionalmente cabia ao gerente do banco onde o investidor era correntista. 

Porém, esse cenário vem mudando ao longo dos anos, colocando em evidência o trabalho realizado pelas gestoras independentes de recursos.

Uma das principais vantagens para os investidores ao contar com as gestoras (ou assets) é a rapidez na tomada de decisões. 

Principalmente para quem tem uma boa parte do patrimônio alocado em renda variável, como ações, é importante estar atento ao “humor” do mercado para fazer ajustes necessários na carteira. 

Da mesma forma que os agentes autônomos, os gestores também precisam conhecer o perfil dos investidores e seus objetivos para planejarem o conjunto de investimentos que atenderá da melhor forma aos interesses do cliente.

Além da figura do gestor, as assets contam também com uma equipe de profissionais multidisciplinar, com o objetivo de “ler” o mercado de diferentes ângulos. 

Por exemplo: para saber quais são as melhores opções de fundos de investimento imobiliários, a equipe da gestora conta com economistas, analistas de renda fixa e variável, especialistas no mercado imobiliário e até engenheiros. 

O objetivo é poder analisar com propriedade os diferentes ativos que compõem o FII e qual o nível de rentabilidade e de exposição a risco que ele oferece.

Confiança

Ao contrário do que acontecia com muitos gerentes de banco, com uma gestora de recursos não há o risco de “conflito de interesses”. 

Os profissionais não são remunerados de acordo com os produtos que eles “vendem” para os clientes, mas sim pelos resultados obtidos com a alocação que eles fizeram do patrimônio. 

Por que isso é importante? Era comum antigamente que os gerentes não necessariamente alocassem o dinheiro dos clientes nos melhores produtos. Em vez disso, montavam uma carteira com ativos que trouxessem melhor comissão para ele, o que quase sempre significava uma rentabilidade abaixo do potencial para o cliente.

Em contrapartida, o trabalho de gestão realizado pelas assets dá mais liberdade para o gestor, que pode criar uma carteira diversificada que traga o melhor retorno possível para o cliente. Afinal, quando ele ganha, o gestor também ganha.

Engana-se, porém, quem pensa que é só “largar” o patrimônio com as gestoras e esquecer. É muito importante que o investidor atue como um parceiro do gestor, estabelecendo objetivos e procurando juntos as melhores soluções para a sua carteira.