Quando você decide começar a investir no mercado financeiro, uma das coisas mais importantes, juntamente da escolha do modelo de investimento e a rentabilidade, é saber quanto tempo o seu dinheiro levará para ser resgatado, no caso, sua liquidez.
Teoricamente, liquidez é a capacidade de conversão de um bem em dinheiro. Nos investimentos, esse processo é classificado de duas formas: alta liquidez – quando essa transformação ocorre de maneira fácil e rápida (exemplo: a poupança) – e baixa liquidez – quando é mais difícil e demorado (exemplo: um imóvel).
Há inúmeros fatores que definem a liquidez de um investimento, como: demanda do mercado; tipo de ativo; preço desse ativo (quanto mais alto, menor tende ser a liquidez); além das próprias regras das aplicações financeiras (carência e rentabilidade).
Eliseu Hernandez, sócio e líder da mesa de renda fixa da Blue3, explica que ativos de baixa liquidez “não podem ser resgatados a qualquer momento sem que haja uma penalidade (perda de rentabilidade) e, em alguns casos, o investidor só terá o recurso de volta no vencimento, sem a possibilidade de resgate mesmo com essa penalidade”.
Esse tipo de investimento é viável?
Levando em consideração o retorno, previsto para médio e longo prazo, podemos dizer que vale a pena investir em ativos com baixa liquidez? Por exemplo, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com vencimento para daqui a cinco ou dez anos.
“Com certeza. Pois de maneira geral, esses investimentos possuem maior rentabilidade esperada. Porém, nesses casos, vale destacar também o ganho fiscal. Toda vez que há o resgate de um investimento ou ele vence, a tributação ‘morde’ (desconta) uma fatia. O reinvestimento, caso não use o valor para outra finalidade, será menor. Ou seja, era melhor ter continuado no investimento”, avalia Eliseu Hernandez.
No entanto, antes de entrar em investimentos de baixa liquidez, o líder da mesa de renda fixa da Blue3 ressalta a importância em se fazer um “colchão de liquidez”, também chamado de “colchão de segurança”, que é o dinheiro que você precisa ter em uma aplicação financeira segura e acessível, de forma que você possa resgatá-lo a qualquer momento caso tenha algum imprevisto.
Por fim, Eliseu Hernandez, conta que ter ativos de baixa liquidez em sua carteira é importante, já que um dos pilares fundamentais dos investimentos é a diversificação deles, visando sempre a busca pela redução de perdas.
“Esses ativos são indicados para qualquer momento. É sempre bom destacar que o melhor investimento é a diversificação. Portanto, é necessário pensar na carteira como um todo e na necessidade de liquidez do investidor, ou seja, o tempo que ele pretende resgatar aquele recurso. Para isso, o melhor caminho antes de mais nada é se planejar”, finaliza Eliseu Hernandez.