Neste mês, a Agência de Aviação Civil (ANAC) do Brasil aprovou novas regras para distribuição de slots no Aeroporto de Congonhas (CGH), um dos hubs aeroportuários mais movimentados do país.
Em relatório, o BTG explica que essas regras se aplicam à alocação dos 41 slots anteriormente operados pela Avianca Brasil (que encerrou suas operações em maio de 2019) e alocados temporariamente pela ANAC para outras empresas.
O regulamento também rege a distribuição de novos slots (ainda em discussão) resultantes do provável crescimento da capacidade aeroportuária, com base em uma declaração revisada pelas autoridades (slots incrementais estão em discussão, podendo variar de 50 a 70), prosseguem os analistas do banco.
As novas regras visam tornar o uso da infraestrutura mais eficiente, providenciar estabilidade regulatória e reduzir as barreiras de entrada para novas empresas e devem entrar em vigor no próximo ano.
De acordo com o BTG, com a medida, a Azul (AZUL4) deve ganhar participação e atingir mais de 80 slots em Congonhas (dos atuais 41) até o ano que vem, enquanto Latam e Gol (GOLL4) continuam dominantes, ambas com participação estimada em torno de 40%.
Segundo os analistas, os investidores devem acompanhar este tema de perto, dada a sua importância para:
(i) poder de precificação das empresas aéreas em rotas de rentabilidade superior a partir de São Paulo;
(ii) provável mudança na alocação de capacidade em hubs próximos, como Guarulhos e Viracopos;
(iii) exposição à recuperação do tráfego corporativo, que pode compensar viagens de lazer mais reduzidas (afetadas por yields elevados); e
(iv) impactos na privatização em andamento do aeroporto de Congonhas.
O BTG tem recomendações de compra para Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), com preços de R$ 47,00 e R$ 31,00, respectivamente, dada sua exposição a viagens domésticas, embora a alavancagem financeira e a volatilidade cambial sejam fatores negativos de curto prazo.