O avanço de casos e óbitos ocasionados pela Ômicron, variante da Covid-19, fez com que grande parte das prefeituras de todo o Brasil cancelasse as festas públicas e a realização de blocos neste Carnaval, mas o feriado foi mantido.
São Paulo, a maior capital do país, aderiu ao movimento e inclusive remanejou as datas dos tradicionais desfiles de escolas de samba para os dias 22 e 23 de abril, logo após o feriado nacional de Tiradentes (21).
Nas próximas segunda-feira (28) e terça-feira (1), as agências bancárias também estarão fechadas na metrópole e em todo o país, por determinação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que seguiu resolução do Banco Central do Brasil sobre o calendário de feriados bancários.
O mesmo acontece com a B3 (B3SA3), a bolsa brasileira. Os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e derivativos, além de empréstimos ativos, estarão desativados durante os dois dias. Investimentos em Tesouro Direto também não funcionarão.
Com isso, as atividades retomarão apenas na “quarta-feira de cinzas”, às 13h. O Tesouro Direto retorna às 14h, mas os investimentos agendados nesta sexta-feira (25) começarão a cair no sistema antes, às 11h.
Imprevisibilidade na Europa agita mercados em todo o mundo
E que cenário o investidor vai encontrar daqui a alguns dias? Hoje, os mercados globais seguem em parcial recuperação após um forte tombo na véspera, causado pela invasão de tropas russas à Ucrânia.
As bolsas asiáticas seguiram em direção mista, enquanto o mercado europeu registrou alta. Os desdobramentos desse conflito são imprevisíveis e o exército russo já chegou à capital ucraniana, Kiev.
Felipe Vella, analista de renda variável da Ativa Investimentos, vê que o principal risco de se manter posicionado na Bolsa durante o Carnaval “está relacionado às sanções econômicas promovidas pelo Ocidente”.
Lideranças mundiais como os presidentes dos EUA e da França, Joe Biden e Emmanuel Macron, os primeiros-ministros do Reino Unido e da Alemanha, Boris Johnson e Olaf Scholz, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, a todo o momento atualizam ao mundo informações sobre a guerra, tentam negociar e anunciam novas medidas para tentar desmobilizar a ação autorizada pelo presidente russo Vladimir Putin.
“Essa situação pode escalar. Não falo necessariamente de uma guerra de proporções maiores, com intervenções da OTAN ou da possibilidade da China se colocar ao lado da Rússia. Não falamos da necessidade de um embate militar maior, mas sim das consequências de medidas econômicas. Eventualmente, a Rússia pode fechar a torneirinha do petróleo e do gás natural para a Europa”, diz Vella.
Isso poderia trazer novas consequências para o mercado e eventualmente as bolsas ao redor do mundo cairiam, afirma o analista.
“Suponha que lá fora as bolsas caiam de 2% a 4% por dia, a gente estaria por dois dias e meio com o mercado fechado e então, ao invés de a gente assumir os prejuízos aos poucos, poderíamos abrir com 10, 12% e até 15% de queda em alguns papéis ou até mais, caso esse cenário mais drástico aconteça”, esclarece.
Daí podem ocorrer os gaps…
Esse movimento de descontinuidade nos preços dos ativos se chama “gap”, termo em inglês, que, em tradução livre, significa “vão” ou “lacuna”. Geralmente se aplica quando o início da próxima posição de preços de um papel está em um ponto diferente, seja muito acima ou muito abaixo do patamar anterior.
Guerras são uma poderosa força motriz por trás de gaps em ativos, assim como as tragédias, que podem eventualmente envolver empresas, como o rompimento de barragens da Vale (VALE3), em Brumadinho/MG, no ano de 2019. Notícias sobre resultados trimestrais, fusões, aquisições, escândalos de executivos, processos, decisões judiciais e outros fatores também podem desencadear esse movimento.
Em meio a todas essas possibilidades, a bateria de balanços corporativos ainda influencia o Ibovespa. Cerca de treze empresas reportaram seus números do quarto trimestre entre a noite de quinta-feira (24) e sexta-feira (25).
O que o investidor pode fazer agora para se proteger?
Para Fabio Murad, planejador financeiro e co-CEO da SpaceMoney, o primeiro ponto a ser avaliado pelo investidor está relacionado à sua alocação. Ele ressalta que os investimentos a longo prazo são o maior ativo de segurança.
“O investidor tem que estar consciente sobre o seu tipo de aplicação. Se realmente for a longo prazo, os ativos são mais resistentes a momentos de tensão, de volatilidade, que sempre podem acontecer”, diz.
“Se ele estiver posicionado de forma correta, não tem problema. Ele não tem como se estressar”, afirma, ao acrescentar que não seria correto, no momento, indicar operações como fazer hedge com índices ou vender opções. “Assim, o investidor não ficaria tranquilo”, diz.
Tudo está relacionado ao seu perfil e um bom investidor que se preze diversifica seus ativos e estabelece objetivos de ganhos a curto, médio e longo prazo simultaneamente. “Tem vários fundos de ações, de dividendos, que fazem avaliações fundamentalistas, de ações mais conservadoras que fazem operação de financiamento como o Ouro Preto Ações FIA”, enumera.
Em caso de fortes gaps na próxima quarta-feira (1), esteja atento às grandes altas e quedas acentuadas. Nem sempre elas significarão grandes lucros ou prejuízos. A volatilidade da renda variável não permite a previsão, com exatidão, do preço das ações nos minutos seguintes.
Os gaps de área e de exaustão, por exemplo, tendem a se fechar — quando o preço volta ao ponto anterior — mais rapidamente.
Mantenha a calma e evite usar a totalidade de sua margem de garantia nas operações.
Para os day traders, vale ainda contar com o stop loss como uma garantia a mais nas operações. Essa ordem de venda programada pode ser disparada automaticamente quando o valor do ativo negociado chega a um percentual de perda máxima determinado pelo investidor.
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