É comum que durante todo o mês de novembro só se fale em uma coisa: Black Friday. O período marca a data do ano em que se reúne descontos tentadores e por isso é um dos mais aguardados pelo público consumidor.
Apesar dos preços serem altamente convidativos, é preciso tomar cuidado com os golpes e fraudes, que podem tornar a experiência de comprar nada agradável.
De acordo com um levantamento do Serasa, cerca de 50% das 2.608 pessoas ouvidas afirmaram já ter passado por algum transtorno ou situação de fraude na Black Friday. A maioria dos golpes são em compras online.
Dessa forma, Marcos Paulo Nicolau, diretor antifraude da Efí, alerta que especialmente nesta época, é importante que as pessoas trabalhem o senso de razoabilidade nas compras digitais.
“Grande parte dos golpes são aplicados em pessoas que querem comprar produtos ou contratar serviços com valores totalmente fora da realidade de mercado”, destaca o executivo.
“Confirme se a loja e a promoção existem e não confie em anúncios postados em redes sociais ou em sites que você não conhece”, orienta Nicolau.
Segundo pesquisa da MField, em 2023, cerca de 56,7% das pessoas alegam ter intenção de realizar suas compras em lojas online no Brasil, onde a Black Friday acontece no dia 24 de novembro.
Para proteger seu dinheiro e tomar boas decisões nas próximas Black Friday, acompanhe as dicas a seguir:
Como identificar possíveis fraudes na Black Friday?
Os golpes mais comuns nas compras online, envolvem a tentativa de enganação ao consumidor, através da exploração, pelos fraudadores, desse anseio por descontos cada vez mais agressivos, segundo o diretor antifraude.
Para ele, as compras online são mais críticas do que as compras presenciais, pois o online possui várias ferramentas que favorecem uma construção de narrativa para o convencimento do consumidor, como:
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Construção de sites falsos, muito parecidos com os oficiais (phishings);
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Envio de mensagens com promoções muito chamativas, através de canais diversificados de comunicação;
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Divulgação de promoções em redes sociais e/ou ferramentas de busca.
Nicolau alerta que caso as promoções sejam visualizadas através de ferramentas de redes sociais e buscadores de sites, é importante conferir se o destino dessas promoções é realmente o site oficial.
“Infelizmente, podem existir promoções postadas por fraudadores nessas ferramentas que, ao serem clicadas, direcionam o consumidor para sites falsos”, explica ele.
Como verificar a autenticidade de um site durante a Black Friday?
Ler o domínio do site, para verificar se é realmente o site que deseja acessar, é um dos principais pontos para evitar compras em sites falsos.
É importante observar com atenção as variações de domínios – os fraudadores podem criar sites muito semelhantes, com domínios muito semelhantes – a atenção dos consumidores deve ser redobrada.
Ex: https://nomedosite.com.br e https://nomedoslte.com.br – vejam que a mudança foi de apenas 1 letra: do “i” para um “l” (éle minúsculo) – e são sites diferentes.
Se o consumidor não estiver atento, esse tipo de verificação pode “passar batida”.
“Essa verificação de risco, atualmente, depende muito da atenção do consumidor. Principalmente se for uma loja nova para o consumidor (onde ele nunca comprou antes), ele pode conferir se existe um histórico de compras de outros consumidores, através de ferramentas externas (não resolve, neste ponto, verificar os comentários dentro da própria loja – os fraudadores podem postar comentários falsos como estratégia de ludibriação), e como essa loja lidou com as situações comentadas online por esses demais consumidores”, sugere Nicolau.
Outro método apontado por ele, seria verificar há quanto tempo a loja existe, e se o domínio (https://nomedaloja.com.br) está registrado há um tempo razoável – para isso, é possível utilizar ferramentas WHOIS, disponíveis online.
Como fazer pagamento seguro ao comprar online?
A melhor opção de pagamento é o Pix, desde que tenha se atentado a todos os cuidados sugeridos acima.
Isso porque com o Pix não será necessário informar dados bancários. Mas vale ressaltar que, seja no ambiente online ou por meio de QR Code enviado pelo lojista, é importante conferir todas as informações de dados de quem vai receber o dinheiro e se o valor está correto.
Caso a compra seja com o cartão de crédito, é importante se atentar se os sites usam sistemas bancários e não passe os dados do cartão para ninguém.
Os bancos também oferecem a opção de cartão virtual para compras online. Além de ter um prazo de validade menor, ele também muda o código de segurança a cada compra efetuada, dificultando a clonagem.
Caso caia em golpe, o que o consumidor deve fazer?
Caso tenha informado dados de cartão, o conselho do diretor antifraude da Efí é de bloquear imediatamente o cartão no APP do seu banco e, em seguida, informar sobre o ocorrido, passando as informações pertinentes sobre o caso – essas informações podem ajudar a evitar novos casos com outros consumidores.
“Registre um boletim de ocorrência – esse ato é importante, tanto para a proteção do consumidor – afinal, ele pode ter passados os dados no golpe – quanto para o trabalho das forças de segurança pública”, destaca Nicolau.
Caso tenha enviado Pix, ele sugere que entre em contato imediatamente com seu banco e repasse as informações pertinentes.
O banco irá trabalhar com o MED (Mecanismo Especial de Devolução) para, junto ao banco recebedor dos valores, buscar a recuperação dos valores.
Existem outros meios de pagamento, como pagamento de boletos. De toda forma, para esses outros meios, o protocolo a ser seguido é semelhante.