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Bradesco (BBDC4), BB (BBAS3), Itaú (ITUB4), Santander (SANB11): qual ação comprar antes dos balanços

Na terça-feira (26), Santander (SANB11) sai na frente dentre as empresas do setor e divulga seus resultados, mas ação pode não ser o melhor investimento para agora; veja

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A temporada de balanços do primeiro trimestre de 2022 já começou. Usiminas (USIM5) deu a largada na última quarta-feira (20), antes do feriado nacional de Tiradentes. Para esta segunda-feira (25), nenhuma divulgação de resultado foi agendada, mas a partir de amanhã (26), o ritmo de publicações acelera.

Santander (SANB11) reporta seus números antes do pregão desta terça-feira e vai ser o primeiro dos grandes bancos listados na B3 (B3SA3) a informar sua situação financeira.

Para Leo Monteiro e Pedro Dietrich, analistas da Ativa Investimentos, o Santander deve apresentar um crescimento de 6,2% na margem financeira gerencial (a R$ 15.032,9 bilhões), apesar de uma redução esperada de 9,5% na receita com Comissão e Tarifas na base de comparação com o trimestre anterior (a R$ 4.506,1 bilhões). 

Eles esperam ainda uma piora de 12,1% no custo de crédito, em relação ao período de outubro a dezembro de 2021, que deve impactar em 1,3% os resultados antes da tributação e de participações minoritárias contra o mesmo intervalo. A Ativa Investimentos projeta que o Santander apresente um lucro líquido de R$ 3.834,6 bilhões, ante ganhos de R$ 3.880,4 bilhões no trimestre anterior.

Eles reiteram recomendação neutra para Santander, com preço-alvo de R$ 39,80. “Se trata de um banco com carteira mais arrojada, com um nível de cobertura mais baixo que os demais. Então, ele deve ser obrigado a fazer maiores provisões para este ano”, alega Monteiro. No geral, entretanto, as projeções para o setor bancário brasileiro são positivas.

Setor bancário deve seguir forte em 2022

Leo Monteiro alega que o setor deve ser beneficiado por dois fatores: o crescimento na carteira de crédito, principalmente pelo segmento Pessoa Física (PF), e pelo aumento da taxa básica de juros Selic. “O segmento Pessoa Física tem crescido forte e deve se manter assim pelo menos até a segunda metade do ano. Já a elevação da Selic vai permitir que os bancos aumentem os spreads bancários. Então, se você tem maiores spreads e uma carteira de crédito maior, você vai ter uma maior margem financeira (receita dos bancos + juros)”, explica.

Além disso, na comparação ano contra ano, espera-se que os segmentos de seguros, previdência e capitalização apresentem uma melhora. Monteiro alega que esses segmentos foram impactados por uma sinistralidade mais alta no primeiro trimestre de 2021 em razão da pandemia de Covid-19.

"Neste ano, os bancos devem apresentar uma normalização e desempenhar melhor nesta linha. E também devemos ter um ganho de eficiência operacional dos bancos tradicionais”, afirma. A alta dos custos de crédito – as despesas com provisão – não deve penalizar apenas o Santander, mas a todas as instituições do setor.

“Primeiramente, vai haver mudança no mix das carteiras de crédito dos bancos, que pioram em termos de qualidade. Se você aumenta no segmento Pessoa Física (PF), tradicionalmente mais inadimplente que o segmento Pessoa Jurídica (PJ), consequentemente, os bancos precisam provisionar mais”, diz Monteiro. Condições macroeconômicas como os aumentos de inflação e juros e endividamento das famílias devem fazer com que os bancos aumentem suas despesas de maneira significativa, “em até 30% ano contra ano”.

A combinação de todos os fatores deve permitir que os bancos divulguem lucros líquidos muito semelhantes ou levemente maiores em relação ao quarto trimestre de 2021.

Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) são as ações preferidas

Monteiro pontua que Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) são as ações preferidas da Ativa Investimentos para o setor. Em relatório, a corretora diz esperar que o Bradesco apresente resultados semelhantes aos três últimos meses de 2021. Com expansão de 2% na margem financeira gerencial, para R$ 17.296,4 bilhões, queda de 6,1% nas receitas com tarifas e comissão (a R$ 8.323,1 bi), e uma piora de 7,5% nos custos de crédito. 

Pelas estimativas de Monteiro e Dietrich, o Bradesco deve registrar um lucro líquido de R$ 6.607,7 bilhões, ante ganhos de R$ 6,613 bilhões no período de outubro a dezembro do ano passado. O banco foi classificado com recomendação de compra, com o preço-alvo de R$ 29,60.

Já o Itaú deve reportar resultados sólidos mais uma vez, acreditam os analistas da Ativa. Para esse trimestre, Monteiro e Dietrich esperam um crescimento de 1,0% trimestre a trimestre no Produto Bancário, em função de um crescimento de 2,8% na margem financeira gerencial e de 5,6% nas receitas com seguros, previdência e capitalização, que devem compensar a queda de 3,7% nas receitas com comissão e tarifas. 

Os analistas também esperam um aumento de 3,6% nos custos de crédito e de até 1% em demais despesas operacionais. Com isso, o lucro líquido do Itaú deve crescer 2,8%, a R$ 7.368,9 bilhões, ante ganhos de R$ 7.159,5 bilhões registrados no período de outubro a dezembro de 2021. O banco foi classificado com recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 34,50.

Monteiro avalia que tanto o Bradesco quanto o Itaú estão em níveis saudáveis em relação a provisões. “Nós gostamos também dos seus números de eficiência”, complementa Monteiro.

Mas e o Banco do Brasil (BBAS3)?

A Ativa Investimentos prefere se manter neutra em relação às ações do BB, com preço-alvo de R$ 47,50 para o fim de 2022. O motivo? O risco político. 

“Estamos em um ano de eleições. Muitas vezes, os candidatos à presidência usam essas grandes empresas públicas como plataforma de agenda política, com críticas. Deve ser um ano de muita volatilidade para o banco, com efeitos que o prejudiquem bastante. Como não sabemos quem vai ser o futuro presidente, ainda fica muito enigmático o que vai ser o Banco do Brasil daqui para frente. Nos últimos anos nós vimos mudanças na agenda, no propósito do banco, mudanças na diretoria… Preferimos ficar de fora por questões de governança”, finaliza Monteiro.