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Braskem (BRKM5): BTG mantém recomendação de compra após dados de venda e utilização no 2º tri

No Brasil, as vendas de resinas e principais químicos ficaram 1% acima das estimativas do banco

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Às 16:03 desta segunda-feira (25), as ações de Braskem (BRKM5) caíam 1,32%, ao preço de R$ 33,63 cada. Hoje, o BTG Pactual (BPAC11) publicou um relatório com novas estimativas para a companhia, que incorporam dados de vendas e de taxas de utilização no segundo trimestre.

Embora as paradas para manutenção já fossem esperadas, com impacto às taxas de utilização no Brasil e nos EUA, uma parada de produção não programada em sua planta mexicana e o menor fornecimento de etano da Pemex prejudicou a produção no país, o que ajuda a explicar por que as vendas mexicanas ficaram 6,5% abaixo das projeções do BTG, diz o próprio banco.

Analistas ressaltam que a boa notícia foi o projeto Fast Track, que registrou volumes recordes em junho, em reforço à sua importância na redução da dependência da companhia da Pemex.

Por outro lado, os volumes de vendas no Brasil e nos EUA foram muito resilientes.

No Brasil, as vendas de resinas e principais químicos ficaram 1% acima das estimativas do BTG. Enquanto isso, o consumo de PP nos EUA superou a projeção por uma ampla margem (11%).

No total, as vendas consolidadas ficaram 2,5% acima do que o BTG esperava, em melhora ligeira às expectativas para os resultados financeiros do segundo trimestre.

Apesar dos sólidos volumes gerais, analistas continuam a esperar uma deterioração na lucratividade dada o ambiente mais fraco para spreads e o real mais forte.

Mas eles ressaltam que os spreads caminham para uma normalização em um ritmo relativamente gradual, que reflete melhores desempenhos no Brasil.

Modelam spreads de PE-nafta com expansão de 15% T/T, enquanto os principais spreads de produtos químicos-nafta também devem surpreender positivamente (60% T/T).

O BTG observa ainda que eles poderiam ser ainda maiores se não fosse por alguma transferência de nafta do 1T.

Nos EUA e no México, esperam que os spreads caiam ligeiramente (-2% T/T na média), enquanto os spreads de PP no Brasil devem cair 8% T/T.

De olho nos números consolidados da Braskem, projetam vendas de R$ 26,6 bilhões (US$ 5,6 bilhões), EBITDA de R$ 3,97 bilhões (US$ 838 milhões, -9% T/T) e lucro de R$ 135 milhões (US$ 29 milhões) devido a despesas financeiras não relacionadas ao caixa.

Embora seja difícil combater a dinâmica difícil de preços, os resultados da Braskem se mostram mais resilientes do que a maioria esperava, diz o BTG.

O banco prevê uma queda de 40% a/a no EBITDA este ano e acha que o mercado estima uma desaceleração de mais de 50% para 2021.

A depender da evolução dos preços, a empresa pode anunciar dividendos de cerca de 10% até o final do ano.

Mas analistas acham que a alta volatilidade implícita no negócio, juntamente com a falta de gatilhos de curto prazo (desinvestimento da Novonor, migração do Novo Mercado), podem continuar a pesar no desempenho da ação.

O BTG mantém recomendação de compra para BRKM5, pois o valuation já parece estar precificado em um ciclo de baixa, com preço-alvo de R$ 68,00.

Entre os riscos para o investimento estão a moeda brasileira (devido à natureza dolarizada de suas receitas e à natureza em moeda local de seus custos) e ps spreads entre produtos químicos e nafta/etano nos mercados internacionais.

A alta alavancagem da empresa também a torna mais exposta a esses drivers do que o produtor petroquímico usual.

Por fim, a Braskem atualmente se beneficia das tarifas de importação impostas pelos países do Mercosul e outras vantagens fiscais que, se retiradas ou ajustadas, podem reduzir a rentabilidade da empresa.