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BRF (BRFS3) dispara até 12%, mas BTG e XP têm recomendações neutras para a ação; entenda

A receita líquida da companhia foi de R$ 12,04 bilhões, um avanço anual de 14%, mas o lucro líquido caiu 49% na mesma base de comparação, a R$ 1,113 bilhão

Entrada da Unidade de Chapecó (SC) da BRF - Divulgação/BRF
Entrada da Unidade de Chapecó (SC) da BRF - Divulgação/BRF

Às 14:04 desta sexta-feira (13), as ações de BRF (BRFS3) disparavam 12,64%, ao preço de R$ 14,17 cada. 

Até o mesmo instante, os papéis acumulavam uma valorização de 19,68% nos últimos cinco dias. No mês, entretanto, o movimento era negativo e as ações registravam queda de 10,20%.

Desde o início do ano, BRFS3 anota uma queda de 35,88% em seu valor. Nos últimos seis meses, os papéis caíram 34,22% e, em doze meses, o retrocesso era de 27,26%.

No dia 5, a companhia reportou seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2022. 

A receita líquida foi de R$ 12,04 bilhões, um avanço anual de 14%, mas o lucro líquido caiu 49% na mesma base de comparação, a R$ 1,113 bilhão.

A XP ressaltou que a companhia foi afetada pela queda na demanda, pelos custos afetados pela inflação global e pela perspectiva macroeconômica mais fraca no Brasil.

De acordo com a XP, a BRF precisou fazer promoções e ajustes na sua cadeira produtiva para aumentar os seus volumes. O EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 121 milhões, queda de 91% na comparação com o período entre janeiro e março do ano passado, enquanto a margem EBITDA ajustada ficou em 1%, o nível mais baixo da história da companhia.

As mudanças na alta administração da empresa, com a troca do Head Brasil e os novos CFO e conselheiros, também são destacados pela XP como possíveis responsáveis pela piora do cenário já difícil.

Para 2022, a XP permanece cética sobre a recuperação da BRF, já que os preços de milho e soja devem continuar elevados, o que afeta os custos da companhia.

Além disso, a perspectiva para a economia brasileira permanece fraca, o que também impacta a demanda no país. A XP mantém uma recomendação neutra para as ações da BRF, com preço-alvo de R$ 30,40.

E o BTG seguiu o mesmo caminho. Analistas do banco também reiteraram recomendação neutra para BRFS3, com preço-alvo de R$ 17,00.

O BTG vê sua tese de convicção na empresa menor que anteriormente e ainda sente que a dinâmica do setor pode começar a parecer muito melhor à medida que avançamos para o 2S22.

Embora agora os analistas vejam as ações da BRF necessitadas para percorrer um longo caminho antes de capturar melhores margens de aves à frente, eles acreditam que o movimento do preço das ações de R$ 20 para R$ 13 nas últimas semanas/meses captura um pouco da decepção dos resultados do primeiro trimestre.

O BTG diz que as ações da BRF são pró-cíclicas e acredita que o ciclo pode melhorar em breve, além de dizer que tomaria qualquer fraqueza adicional no preço das ações de níveis já muito deprimidos como uma chance de começar aproveitar o ciclo.

Com informações de Investing.com Brasil.