Em 2023, as criptomoedas saíram do chamado “Inverno cripto” e alguns movimentos macroeconômicos como a flexibilização do ciclo de juros nos Estados Unidos foram importantes para o setor.
Após a última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), colegiado do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, o preço do Bitcoin (BTC) disparou. Na ocasião, a autoridade monetária anunciou a manutenção do intervalo dos juros básicos entre 5,25% e 5,50%.
Além disso, sinalizou três cortes de 0,25 ponto percentual em 2024. Ao final de 2023, a criptomoeda mais negociada do mundo caminha para encerrar o ano cotado acima dos US$ 40 mil. A resistência da moeda nos US$ 35 mil só foi quebrada em novembro.
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O movimento de alta no mês pode estar ligado a dois impulsionadores. Um destes é o halving da moeda, que deve ocorrer em abril do próximo ano.
Outro fator que tem sido destaque nas discussões sobre o setor é a expectativa de que a U.S. Securities and Exchange Comission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários norte-americana decida sobre os ETFs (fundos de índice) de Bitcoin à vista.
Grandes gestoras como BlackRock e Ark Invest tentam convencer a autoridade regulatória a aprovar os ETFs.
O órgão, resistente, traz como argumento a possibilidade de manipulação de mercado e fraude sobre o novo produto.
O que esperar para 2024?
Para Felipe Prado, gestor do fundo de ativos digitais Block3 da Órama Singular, os ativos digitais mostraram recuperação neste ano. “O Bitcoin mostrou força e reforçou a tese de ser um ouro digital”, pontuou.
O gestor acredita que o mercado antecipou parte da valorização com perspectivas de aprovação do ETF da moeda digital em 2024.
Se aprovado, existe a expectativa de que, com uma alta demanda para a venda de ETFs para investidores, principalmente de varejo, o movimento de subida do ativo pode se prolongar no próximo ano.
No entanto, o gestor também atenta para a possibilidade de um evento “sell the news”, que pode ocorrer caso os investidores decidam vender suas aplicações na moeda assim que a SEC der uma decisão favorável ao ETF de Bitcoin.
O ciclo de flexibilização do aperto monetário pelo Fed pode atrair uma demanda de investimentos para o setor.
“Com a redução da taxa de juros, pode haver uma demanda do investidor de varejo, que estava afastado neste momento de queda. Vai depender do Bitcoin puxando essa alta e isto vai passar também por outros blockchains como Ethereum (ETH) e Solana (SOL). O onboarding de novos usuários pode trazer uma valorização maior do que o já visto no passado para estes ativos”, conclui.
Segundo uma pesquisa feita pela Coinbase em parceria com o Custom Research Lab, investidores americanos esperam que o lançamento de ETFs de Bitcoin à vista impulsione uma forte demanda institucional.
A pesquisa revela ainda que, cada vez mais, estes investidores veem com bons olhos os ativos digitais como alternativas de investimento, com indícios de um forte desempenho dessa classe de ativos em 2024.
O estudo também mostrou que os investidores estão otimistas quanto às perspectivas de curto prazo para os ativos digitais.
59% dos entrevistados preveem aumentar as suas alocações nesse tipo de investimento nos próximos três anos, acima dos 32% dos entrevistados que tinham essa expectativa há um ano.
A maioria dos investidores (57%) prevê uma valorização dos preços dos ativos digitais nos próximos 12 meses.
