“Ninguém aguenta mais o Paulo Guedes”. A frase, atribuída a um ministro do governo Bolsonaro pela coluna Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, resume a situação atual daquele que um dia foi chamado de “Chicago Boy” e agora é pintado — por meio de cartazes pelas ruas e pela oposição, principalmente petista — de “Faria Loser”, ou “Perdedor da Faria Lima”, referência a um dos principais endereços do mercado financeiro de São Paulo (e do Brasil) e aos faria limers.
Os pedidos de demissão de secretários do Ministério da Economia, ontem à noite, são apontados pela imprensa como último suspiro da atual equipe econômica. Segundo veículos que acompanham de perto a rotina do alto escalão do governo, Bolsonaro teria autorizado que dois interlocutores viajassem a São Paulo para sondar um novo nome para comandar a pasta. De concreto, porém, ainda não há nada.
O mercado pressiona: após afirmar que o governo “furaria” o teto constitucional de gastos em R$ 30 bilhões para bancar o “Auxílio Brasil”, a bolsa de valores, que já vinha em ritmo de baixa, despencou de vez. Às 12h30 de hoje já tinha despencado 4,2%, aos 102.898 pontos, voltando aos patamares de novembro de 2020. Na parte da tarde ainda ensaiou uma recuperação, mas fechou em baixa, com 1,38% de perdas aos 106.249 pontos.
O dólar também disparou, alcançando — 12h19 — R$ 5,75, segunda maior alta deste ano, superada apenas em março, quando a moeda americana alcançou R$ 5,78, também por temores relacionados às contas públicas e, claro, Guedes. No fechamento do dia, porém, a alta foi zerada, com a cotação recuando em 0,08% a R$ 5,66.
Enquanto Brasília ferve com a possível saída de Paulo Guedes do Ministério da Economia, a SpaceMoney ouviu pessoas de diferentes profissões, classes sociais e cidades sobre o desfecho que esperam para essa confusão.
Sim, sabemos que não há nenhum método científico aqui que represente a percepção geral da população brasileira sobre o caso. Mas, mesmo assim, vale conferir o que acham um economista, um analista de mercado, uma enfermeira, um recepcionista e uma estudante sobre a permanência ou não de Guedes à frente da economia, assim como quais são suas visões sobre o que tem de melhorar na condução dessa área.
Confira nas nossas duas matérias especiais: