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Hypera (HYPE3): após aquisições e balanço 1T22, vale a pena investir na empresa?

Nos últimos 5 dias, os papéis acumularam uma valorização de 3,40%

Hypera Pharma - Hypera Pharma/Getty Images
Hypera Pharma - Hypera Pharma/Getty Images

Às 15:35 desta quinta-feira (12), as ações de Hypera (HYPE3) subiam 1,94%, ao preço de R$ 36,76 cada. Nos últimos dias, os papéis acumulam uma valorização de 3,40% e foram impulsionados por uma sucessão de eventos positivos.

Na terça-feira (10), a empresa comprou a sociedade da Boehringer Ingelheim, responsável pela produção da escopolamina, matéria-prima do Buscopan, por R$ 190 milhões

A compra foi feita por meio de uma subsidiária, a Neolatina Comércio e Indústria Farmacêutica.

A conclusão da transação, contudo, fica sujeita ao cumprimento de condições precedentes, como aprovação de autoridades antitrustes.

E após o balanço de seu primeiro trimestre, no dia 29 de abril, a Hypera (HYPE3) recebeu recomendações de compra tanto do BTG Pactual, quanto da XP Investimentos.

Para a XP, a empresa apresentou resultados ligeiramente positivos, com lucro líquido de R$ 350 milhões – 15% acima de suas projeções.

As receitas aumentaram 28% A/A, suportadas por um forte sell-out orgânico e pelo desempenho de marcas adquiridas, pontuam os analistas.

A margem EBITDA (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 2,9 p.p. A/A, principalmente devido à diluição das despesas de marketing – e a conversão do EBITDA em caixa aumentou para 62% (+20 p.p. A/A).

A XP destaca que a partir do segundo trimestre a empresa vai contar com as marcas adquiridas da francesa Sanofi e com os reajustes de preços (a CMED aprovou até 10,9%).

A XP reiterou recomendação de compra para as ações da Hypera, com preço-alvo de R$ 48,00.

Já o BTG destacou a resiliência da empresa, em meio ao ambiente inflacionário no Brasil, com sell-out orgânico em crescimento de 21,5% A/A impulsionado pelo sólido crescimento em medicamentos de prescrição crônica, anti-influenza, skincare e genéricos.

Para os analistas, os resultados foram sólidos mais uma vez, enquanto o guidance da empresa para 2022 (R$ 7,4 bilhões em receita líquida, 25% A/A, EBITDA de R$ 2,65 bilhões, 26% A/A e um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, 5%A/A) implica em uma resiliência em meio a uma perspectiva volátil no Brasil.

Embora o BTG reconheça que a margem bruta de longo prazo deve ser estruturalmente menor do que a média histórica da Hypera, devido a um efeito mix (maior participação de vendas de genéricos e OTC), as aquisições de Buscopan e Buscofem, o portfólio OTC e de prescrição da Takeda, bem como as 12 marcas da Sanofi, continuam sendo a base da postura positiva em relação às ações.

O BTG, inclusive, de olho nos desafios macroeconômicos, revisou o preço-alvo para R$ 43,00, de R$ 45,00 anteriores, com recomendação de compra.

Negociada a 14x P/L 2022E e 12x P/L 2023, a Hypera se posiciona como uma opção para investidores que buscam exposição a mais resiliência no setor de consumo e varejo no curto prazo em meio a uma perspectiva mais volátil para ações em crescimento, afirma o BTG.