Investimentos

Ibovespa pode encerrar 2024 em 160 mil pontos, afirma gestora

Volnei Eyng, CEO da Multiplike, relembra que os bancos brasileiros se destacam muito na América Latina e devem capitalizar o índice

- Anna Nekrashevich
- Anna Nekrashevich

Os movimentos do Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, podem beneficiar o principal índice da bolsa brasileira.

“A redução dos juros pelo ‘Tio Sam’ torna o mercado de país emergente mais interessante para o investidor. Já há declaração recente de membros do Fed diz que o investidor deve olhar no sentido macro e não se apegar às situações de não diminuir no mês de março”, destaca o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike.

De acordo com o especialista, o Brasil tem ganhado cada vez mais a preferência dos investidores internacionais, principalmente porque a China não tem performado como o mercado espera.

Assim, o trader global procura outros mercados emergentes em busca de diversificação para seus investimentos.

“E dentro dessa linha [de corte pelo FED ao longo de 2024 e não necessariamente já em março], a gente pode ter um bom momento de entrada para o Ibovespa. Existem algumas ações que caíram muito devido aos juros altos, mas elas podem voltar a qualquer momento”, afirma.

Eyng destaca que o mundo enfrenta um momento de desaceleração por conta da inflação global, mas a autoridade monetária está engajada em combater a elevação dos preços.

“Quando a gente encerrou o ano de 2023, com o rali que teve no final do ano, se falava em 164 mil pontos [para o Ibovespa em 2024]. Devido à queda acima de 5% no mês de janeiro, onde muita gente realizou lucro e outras situações, e também a economia americana demora um pouquinho mais para baixar, se criou um mal-estar no principal índice da bolsa brasileira, e o mercado passou a falar em 140 mil pontos”, ressalta.

Apesar dessa mudança de rota pelo mercado, o executivo ainda se mantém otimista e diz acreditar em um fechamento próximo aos 160 mil pontos ao final de 2024. De acordo com Eyng, a parte fiscal, que preocupava constantemente em 2023, agora caminha bem. “A gente tem uma arrecadação de janeiro com dados preliminares acima de 6%, então, eu confio marginalmente nessa hipótese”, diz.

Para o executivo, os dirigentes do FED sequer estão divididos, embora alguns tenham dado declarações em cima dos últimos dados, enquanto outros estão simplesmente na situação da baixa que deve ficar para o mês de maio ou de junho. 

E o ambiente doméstico, como fica?

Em relação ao ambiente doméstico, o CEO também se mostra otimista.

“As ações das empresas que sofreram muito com juros altos agora estão baratas e devem se beneficiar de melhores juros, uma melhor capitalização. Isso tem potencial para aditivar o Ibovespa”, frisa. “Vale lembrar que os bancos brasileiros se destacam muito na América Latina e devem capitalizar o índice.”

BofA também confia na AL

O Bank of America (BofA) mantém uma perspectiva otimista para as ações da América Latina, e observa que a queda dos juros globais será benéfica para a região e para os mercados emergentes de modo geral. 

A instituição divulgou relatório dia 16 onde afirma que o foco nas expectativas para os juros nos EUA tem influenciado os mercados latino-americanos.

Quanto ao Brasil, reconhece a ausência de uma narrativa interna robusta, mas elenca que o país está em uma situação relativamente favorável em termos fiscais, de crescimento, de contas externas e cambiais.

Além disso, os atuais "valuations" estão mais atrativos do que no final de 2023, e os resultados das empresas tem atingido seu ponto mais baixo, e sugerem uma melhora em perspectiva.

As informações são de Gueratto Press.