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IGP-M: por que você precisa conhecer esse indicador antes de investir em FIIs?

Nesta segunda-feira, 29 de novembro, a FGV divulgou que o índice acumula alta de 16,77% no ano, enquanto o acumulado nos 12 meses chega a 17,89%

- Andre A. Xavier via Unsplash
- Andre A. Xavier via Unsplash

Quando falamos de investimentos, muitos investidores notam diferentes siglas e abreviações desconhecidas que são utilizadas no cotidiano do mercado financeiro, como o IGP-M, que apesar de muitas pessoas ainda não saberem sobre o que se trata, importa e muito para a economia brasileira.

Considerado um indicador muito influente no mercado imobiliário, o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) se trata de uma das versões do IGP (Índice Geral de Preços), responsável por registrar a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.

Como se calcula?

Esse índice, medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), tem divulgação mensal. Compõem o índice IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado), IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado) e INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado), que apresentam pesos de 60%, 30% e 10%, respectivamente.

IPA-M: monitora a indústria atacadista e antevê qual será o impacto e valores dos preços no varejo.

IPC-M: avalia o comportamento dos preços nas áreas que impactam o poder de compra do consumidor.

INCC-M: avalia o custo para se construir uma habitação no Brasil, levando em consideração os materiais e a mão de obra especializada.

Analistas realizam o cálculo com base nos preços coletados entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês atual.

Para que utilizamos o IGP-M?

Desde sua primeira mediação, esse índice tem sido considerado um forte indicador da macroeconomia do país, justamente por apontar a variação dos preços de mercado. Com base nele, os investidores conseguem ter uma ideia de como está a inflação e a economia brasileira. 

Fora isso, ele também tem sido utilizado utilizado para: reajustar contratos de aluguel, de luz e planos de saúde.

A relação entre o IGP-M e os FIIs

Desde o ano passado, devido aos efeitos da COVID-19 sobre a economia, o IGP-M tem apresentado grandes altas.

Nesta segunda-feira, 29 de novembro, a FGV divulgou que o índice acumula alta de 16,77% no ano, enquanto o acumulado nos 12 meses chega a 17,89%.

Justamente por impactar diretamente no mercado imobiliário, em especial nos aluguéis, o IGP-M traz consequências diretas para quem investe nos Fundos de Investimentos Imobiliários, também conhecido como FIIs. 

Nessa modalidade de investimento, os recursos são aplicados em empreendimentos imobiliários, como shoppings, hospitais e prédios comerciais.

Ao adquirir cotas de FIIs, você passa a se tornar um dos “donos” desse imóvel.

O investidor pode ganhar tanto com a venda dessas cotas por um preço mais alto do que o preço da compra ou recebendo mensalmente uma renda dos aluguéis dos imóveis, que são transformados em dividendos para os cotistas dos FIIs.

Em um cenário de avanço do IGP-M, por exemplo, quem possui cotas de FIIs acabam sendo beneficiado, uma vez que os reajustes dos contratos de locação tradicionalmente seguem o índice e, com o aumento dos aluguéis, esses fundos passam a distribuir dividendos mais “generosos”.

No entanto, é preciso destacar que, por conta dessa alta histórica do IGP-M, diversos contratos passaram a ser corrigidos por outro índice, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE e considerado a inflação oficial do Brasil.

Há, inclusive, um projeto para o desenvolvimento de um novo índice pela FGV, focado especificamente no mercado de locação.