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Penny Stocks: vale apostar nas ações mais baratinhas da bolsa?

De acordo com assessor da Blue3, sim! No entanto, é necessário ter cautela antes de investir nesse tipo de ação

- Anna Nekrashevich
- Anna Nekrashevich

Você sabia que com menos de R$ 1,00 é possível comprar uma ação na B3, a bolsa de valores brasileira? No final de setembro deste ano, eram necessários apenas R$ 0,32 para adquirir um certificado da livraria Saraiva (SLED3), por exemplo. Ações como essa, que custam abaixo de R$1 são conhecidas como “penny stocks”.

No inglês, “penny” significa centavos e a definição faz jus ao preço dos ativos. No entanto, o valor que se enquadra nessa categoria varia de país para país. Nos Estados Unidos, por exemplo, as penny stocks são aquelas cotadas abaixo de US$ 5. Já no Reino Unido, estão nessa classe os ativos com valor inferior a £ 1.

No Brasil, a linha de raciocínio para enquadrar uma ação na categoria de penny stocks é próxima daquela seguida pela bolsa do Reino Unido: os ativos precisam custar centavos. Todavia, no mercado brasileiro existe uma exigência a mais.

Segundo Eric Barros, assessor de investimentos da Blue 3, para ser reconhecida como uma penny stock, uma ação cotada a centavos não em apenas um pregão da bolsa, mas em diversos períodos de negociação.

“No Brasil, são consideradas penny stocks ações negociadas na bolsa com valor inferior a R$ 1,00 em mais de 30 pregões consecutivos”, explica Barros.

Segundo Barros, existem “vários fatores”  que levam o mercado a negociar uma ação por centavos. Nenhum deles, porém, é positivo.

“A decadência do papel pode ocorrer, por exemplo,processo de falência, gestão ruim, recuperação judicial e etc.”, aponta o assessor.

Vale apostar?

De acordo com o assessor de investimentos da Blue3 vale apostar nesse investimento. Contudo, Barros afirma que é necessário cautela antes de adquirir uma penny stock.

“Desde que se tenha ciência do alto risco envolvido e que existam indicativos de que a empresa apresenta melhora [vale a pena investir]”, aponta o assessor.

Outras características desse tipo de ativo também devem estar no radar do investidor que está interessado na “pechincha”, como a falta de liquidez.  Devido ao baixo volume negociado, o investidor desse tipo de ativo pode correr o perigo de não conseguir vender o papel por falta de interesse do mercado.

O alto risco é outro ponto que tem de ser observado com atenção, uma vez que não há certeza de que a empresa se recuperará da sua situação. Porém, é possível que fatos positivos, como acordos com credores, planos de recuperação ou mudanças na gerência da empresa, tragam valorização ao longo do tempo. Entretanto, nada é garantido. Por isso, segundo ele, o indicado para quem quer investir nesse tipo de ativo é focar no longo prazo. 

“Devido à imprevisibilidade de recuperação da empresa, em geral esse tipo de investimento  deve ser considerado para longo prazo”, finaliza Barros.

Quais são as penny stocks da bolsa?

A SpaceMoney fez um levantamento de quais são as cinco ações mais baratas da B3. Confira na tabela abaixo:

EMPRESA

VALOR

Saraiva PN (SLED4)

R$ 0,32

Saraiva ON (SLED3)

R$ 0,65

Dommo ON (DMMO3)

R$ 0,77

Oi ON (OIBR3)

R$ 1,00

CCX Carvão ON (CCXC3)

R$ 1,16