A inflação é um aumento geral, que acontece de forma persistente, dos preços de produtos e serviços do dia a dia. No Brasil, a inflação é medida oficialmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que teve neste mês variação de 0,87%, maior avanço mensal observado desde 2000. No ano, o índice acumula alta de 5,67% e, nos últimos 12 meses, de 9,68%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa desvalorização do poder de compra do dinheiro afeta também os investimentos, principalmente a renda fixa, que têm diversos produtos com rentabilidade atrelada ao IPCA, como títulos públicos, CDBs, debêntures, entre outros.
Mas e os certificados de previdência privada? São afetados pela escalada dos preços? Confira!
Segundo Helen Vogt, líder da área de previdência da Blue3, não necessariamente. E a culpa é do CDI. O Certificado de Depósito Interbancário é uma das principais referências de rentabilidade das aplicações de renda fixa e, na maioria das vezes, acompanha de perto a Selic. Até agosto deste ano, o acumulado do índice no ano foi de 2,07%, muito abaixo do IPCA. “Atualmente, nossa inflação está descolada do CDI. Antigamente, se a sua aplicação rendesse a mesma coisa que o CDI você poderia ficar tranquilo, sabendo que havia ganho um valor acima do IPCA e, portanto, havia ganho real no seu investimento”, explica. “Muitos fundos da indústria de previdência estão performando abaixo do CDI nos últimos 12 meses, todos precisamos acompanhar de perto esses números e o mercado, para ficarmos bem posicionados, sabemos que a previdência é uma parte significativa do patrimônio das famílias e precisa ser muito bem cuidada”, afirma Helen.
Benefícios da previdência
Apesar de nem sempre estar protegido da inflação, Helen destaca que o investimento por previdência possui um importante benefício em comparação com os demais investimentos. “Nos planos de VGBL e PGBL você tem a portabilidade, ferramenta que é um verdadeiro curinga, pois possibilita que o investidor siga a melhor estratégia para o momento, mudando sempre que necessário, sem custo e sem cobrança de imposto de renda”, ressalta Helen. “Imagina que você tem um fundo de previdência multimercado, com aplicação de 70% do patrimônio em ações e a bolsa foi lá para cima. Sem precisar resgatar, você solicita a portabilidade para um fundo de previdência de renda fixa ou atrelado à inflação e fica esperando o momento de voltar ao de ações, quando a bolsa estiver mais barata. Essa autonomia você só tem em previdência, nenhum outro tipo de investimento no Brasil hoje permite essas mudanças entre classes de ativos, sem custo e sem cobrança de imposto de renda”, explica.
Por fim, Helen ressalta que é “importante acompanhar os rendimentos da sua carteira de previdência considerando sempre as expectativas de inflação para os próximos 12 ou 24 meses, com o objetivo de proteger os investimentos da perda do poder de compra”.