Uma pesquisa do Quinto Andar, realizada no primeiro trimestre de 2023, demonstrou que 39% dos brasileiros pretendem comprar um imóvel ainda este ano, enquanto 18% desejam alugar um imóvel novo.
Para aqueles que pretendem comprar uma casa, há outro fator em questão: O melhor caminho para seguir é o financiamento?
Apesar da redução do Banco Central (BC), no último dia 20 de setembro, da taxa básica de juros (Selic), de 13,25% para 12,75%, Tatiane Viana, educadora financeira, tutora e professora da Eu me banco, explica que os Juros Reais do País ainda são extremamente altos.
A Selic tem grande influência sobre a venda de imóveis, pois se trata da taxa que baliza os contratos de crédito imobiliário.
“Temos que considerar que nossos Juros Reais são os maiores do mundo e isso pesa muito no bolso de quem contrai uma dívida, ou seja, um financiamento o valor total da compra pode chegar ao dobro do valor do imóvel se for financiar”, ressalta a educadora financeira.
No caso de pessoas que já juntaram economias com este propósito, Viana ressalta que comprar à vista traz a possibilidade de melhor negociação, conseguindo um imóvel abaixo do valor de mercado, o que torna o negócio “mais vantajoso”.
Após comprar um imóvel, como assegurar uma reserva de emergência?
A melhor forma para assegurar seu patrimônio, ainda segundo a especialista, são investimentos em Renda Fixa.
“Atualmente temos boas oportunidades. Por exemplo, o Tesouro Selic indexado à nossa taxa básica de juros hoje apresenta rentabilidade mensal (1,005%). Temos rentabilidade, segurança, baixa volatilidade e liquidez”, completa.
“Tenho uma quantia próxima a R$ 1 milhão e foco em ter um imóvel, qual pode ser uma estratégia viável?”
Em uma simulação, comprando o imóvel de R$ 1 milhão e uma entrada de 20%, o valor seria de R$ 200.000,00. Além disso, considere que a taxa anual de juros do financiamento é de 9,90% ao ano.
Dentro do prazo de 20 anos, a tutora calcula que o pagamento seria de uma parcela de R$ 7.445,35 pela Tabela Price (método comum de amortização de financiamento).
Viana explica, que, no fim das contas, o imóvel de R$ 1 milhão custaria aproximadamente R$ 1.786.884,33 com o financiamento, sem contar tarifas como custos de cartórios, ITBI, entre outros.
Diante deste exemplo, a educadora financeira indica que, por vezes, um aluguel, somado a investimentos diversificados, pode ser uma estratégia viável.
“Vamos imaginar que ao invés do financiamento você optou pelo aluguel e investir em uma carteira de investimento diversificada, mas em sua maioria em ativos mais conservadores, se você investir R$ 1 milhão no Tesouro Selic terá rendimento bruto de aproximadamente R$ 126.500,00 no período de 12 meses, representaria quase 1% ao mês”, pontua.
Dentro das classes de investimentos possíveis, ela explica que ativos como fundos de investimento imobiliários (FIIs) podem render aluguéis mensais.
Para o propósito de ter um imóvel, no entanto, Viana não recomenda ações, que podem oferecer maior risco ao investidor.