Resumo da matéria:
• Até o final de 2020 mais de 1,3 milhão de pessoas tinham títulos do Tesouro Direto
• Entender como cada título funciona é fundamental
• Comprar um título e resgatar logo na sequência pode te fazer perder dinheiro
O Tesouro Direto – títulos da dívida pública emitidos pelo Tesouro Nacional – é um dos investimentos mais seguros a se fazer. Isso porque se trata de uma dívida do governo brasileiro com você. Isto é, a possibilidade de acontecer uma inadimplência beira a zero.
E essa característica fez a modalidade cair no gosto dos brasileiros: segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, até o final de 2020 mais de 1,3 milhão de pessoas contam com títulos do Tesouro Direto, principalmente a modalidade que tem seus rendimentos atrelados à Selic, que teve a preferência de mais de um terço dos investidores.
Também segundo o órgão, o volume médio investido ficou em cerca de R$ 4 mil por pessoa, mas 67% das aplicações estão na faixa até R$ 1 mil, o que mostra que pequenos investidores consideram a modalidade atrativa.
Apesar disso, é possível, sim, perder dinheiro com a modalidade. Na maioria dos casos, a perda de patrimônio está associada à falta de conhecimento por parte do investidor, que acaba realizando alocação de recursos de forma errônea. Confira, abaixo, algumas das possibilidades.
Inimigo número um: falta de informação
Estudar muito é a regra principal para não perder dinheiro com qualquer tipo de investimento — e com o Tesouro Direto não é diferente. Entender como cada título funciona é o primeiro passo, como a diferença entre os prefixados e pós-fixados, a quais índices cada um está atrelado e como esses indicadores se comportam no cenário macroeconômico.
Saber como funcionam essas características do produto é essencial para poder escolher qual dos títulos te atenderá melhor, de acordo com os seus objetivos de curto, médio e longo prazo.
Acesse o site oficial do Tesouro Direto para informações sempre atualizadas sobre os títulos e quais corretoras estão autorizadas a trabalhar com a modalidade.
Vender logo depois de comprar
Você já deve ter ouvido que a pressa é inimiga da perfeição, certo? No caso do Tesouro Direto, ela também é inimiga do seu bolso.
Comprar um título e resgatar logo na sequência pode te fazer perder dinheiro. Isso porque, até 30 dias depois da compra, negociar seu título incorrerá na cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, para adquirir qualquer título há taxas e custos com a corretora.
Ou seja: apesar de no Tesouro Direto o rendimento ser diário, a rentabilidade adquirida em poucos dias dificilmente superará esses custos, o que resultará em prejuízo.
Mas por que a pessoa resgataria em tão pouco tempo? Infelizmente, isso é muito mais comum do que se imagina. Apesar do interesse em guardar dinheiro, falta educação financeira para a maioria das pessoas, que não fazem, por exemplo, uma reserva financeira para situações de emergência, o que obriga a pessoa a resgatar seus investimentos que deveriam ser de longo prazo para cobrir despesas imprevistas.