A Yduqs (YDUQ3) se destacou entre as maiores altas do Ibovespa em 2023, com um salto de 123,00%.
O analista Victor Bueno ainda destacou, em relatório para a Nord Research, que a valorização foi emblemática, uma vez que, até março, os papéis da empresa acumulavam uma baixa de cerca de 30%.
De acordo com Bueno, a Yduqs “conseguiu dar a volta por cima após divulgar um excelente resultado no primeiro trimestre”. O lucro líquido da companhia avançou quase 100%.
O analista observa que houve, ainda, “elevação na recomendação de seus papéis por alguns bancos durante o ano, o que fez com que subissem 73,00% e 41,00% em maio e junho”, respectivamente.
“No momento, não temos posição em nenhuma empresa do setor, mas seguiremos atentos a possíveis oportunidades”, comentou.
Em segundo lugar, a CSN Mineração (CMIN3) saltou 119,00% no ano. A empresa apresentou evolução em seus resultados ao longo dos últimos trimestres e investiu em aumento de produção.
“Além disso, suas ações surfaram o rali do preço do minério de ferro, que teve alta de quase 40% entre agosto e dezembro”, acrescentou Bueno.
A medalha de bronze ficou com a Ultrapar (UGPA3), que avançou 115,00% em 2023. Bueno relembra que a empresa atravessa um “processo de turnaround desde 2021, principalmente para recuperar a eficiência em sua rede de distribuição de combustíveis Ipiranga”.
Para o analista, a empresa tem conseguido “colher bons frutos em sua estratégia, com melhorias operacionais também em suas outras duas marcas: Ultragaz e Ultracargo”.
Com operações mais rentáveis e alavancagem financeira mais confortável, a Ultrapar tem conseguido entregar bons resultados. Bueno ressalta que, no terceiro trimestre, o lucro se multiplicou por quase 12x.
Contudo, hoje, negociada a 8x Ebitda, a Nord Research segue com sua preferência por Vibra (VBBR3), “que possui maior visibilidade de crescimento e de pagamento de dividendos”.
Fora do pódio, mas ainda com uma valorização de 95%, os papéis preferenciais (PN) de Petrobras (PETR4) não ficaram de lista das maiores altas.
“A petroleira estatal conseguiu driblar as dúvidas relacionadas à nova gestão e as oscilações do preço do barril do petróleo para quase dobrar seu valor de mercado, devido, principalmente, à manutenção de sua elevada distribuição de dividendos e aos seus baixos múltiplos no início do ano (cerca de 2x EBITDA)”, afirma Bueno.
Contudo, a Nord Research acredita que os resultados da Petrobras ainda são extremamente dependentes de sua commodity e do dólar. “Para 2024, preferimos outras empresas do setor, como Prio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3)”, complementa.
Por fim, mas não menos importante, a Cyrela (CYRE3) fechou o Top 5 de maiores altas do Ibovespa no ano, com valorização de 93,00%. A maior construtora do Brasil foi beneficiada diretamente pelo início do ciclo de corte dos juros, que pressionavam fortemente seus resultados e ações desde 2021.
“Os resultados entregues durante o ano também credenciaram a companhia como a favorita de seu setor por diversos bancos”, observou o analista.
Para Bueno, os números contribuíram para o movimento positivo de mais de 90% no acumulado de 2023.
A preferência de Nord Research entre as construtoras brasileiras, porém, vai para uma de suas “filhas”: a Lavvi (LAVV3), voltada para o segmento de alta renda, “que negocia a apenas 7x lucros para 2024 e que também paga ótimos dividendos”.