Na quarta-feira (31), a Vale (VALE3) informou que chegou, em conjunto com BHP, Samarco e determinados credores que detêm mais de 50% dos títulos de dívida e dívidas bancárias sem cobertura da joint venture (JV), em um acordo vinculante, que estabelece os parâmetros da reestruturação da dívida da empresa a ser implementada por meio de um plano de reestruturação consensual, sujeito à aprovação da maioria dos credores e à homologação do juízo da recuperação judicial (RJ).
Nos termos acordados, a Samarco deve concluir a RJ com uma estrutura de capital enxuta. Os pagamentos aos credores financeiros serão feitos ao longo do tempo, de acordo com o ramp-up operacional e geração de fluxo de caixa da Samarco.
O desembolso da Samarco para financiar a reparação vai ser limitada a US$ 1 bilhão entre 2024 e 2030, com contribuições adicionais a depender do excesso de fluxo de caixa gerado pela companhia.
O saldo remanescente da reparação deve ser dividido igualmente entre a Vale e a BHP.
Recomendações
Analistas do Itaú BBA veem o fato como neutro a ligeiramente positivo. Ao contrário do entendimento de alguns investidores, o acordo alcançado não se traduz em aumento de provisões para a Vale, de acordo com o banco.
Na verdade, de acordo com Daniel Sasson e equipe, o mercado já assume que as contribuições adicionais à Fundação Renova serão divididas igualmente entre Vale e BHP, com aportes mínimos da Samarco.
O acordo poderia realmente ser visto como ligeiramente positivo, pois reduz a probabilidade de a Samarco entrar com pedido de falência em algum momento.
Analistas estipularam o preço-alvo de USD 18,00 para as ADRs da mineradora, com classificação outperform.