Educação Financeira

O que é renda variável e como ela funciona? Entenda de um jeito fácil e com exemplos

Conheça os tipos de investimentos que podem trazer retornos maiores, mas também envolvem mais riscos

Aprenda de um jeito simples o que é renda variável
Saiba como funciona a renda variável e entenda por que esse tipo de investimento pode ser uma excelente opção para diversificar sua carteira e buscar maiores retornos | Freepik

É de comum conhecimento no mundo dos investimentos o termo renda variável. A maioria dos investidores conhece e aplica seu dinheiro em ativos do tipo, porém investidores iniciantes podem se confundir e ficar com receio dessa modalidade.

A primeira vista, esse sentimento pode aparecer devido à sua natureza mais volátil, o medo de perder tudo ou ficar no zero a zero. Este medo é compreensível, já que, diferentemente da renda fixa, onde você sabe exatamente quanto vai receber, os investimentos em renda variável dependem do comportamento do mercado e de outros fatores econômicos.

No entanto, alguns ativos de renda variável podem oferecer possibilidades de retornos mais elevados a longo prazo com um certo grau de previsibilidade, com ações em empresas estabilizadas, por exemplo. Por isso, ela se torna uma opção interessante para quem busca diversificar seus investimentos e está disposto a assumir mais riscos em busca de maiores ganhos.

O que é renda variável?

A renda variável é um conjunto de investimentos onde o retorno não é predeterminado e depende de fatores de mercado. Quando você investe em renda variável, está comprando uma parte de um negócio ou ativo, seja através de ações, fundos imobiliários ou outros instrumentos. Estes investimentos têm potencial para retornos maiores, mas também carregam mais riscos e volatilidade.

E em contraste com a renda fixa, os investimentos em renda variável são mais indicados para objetivos de longo prazo e para investidores que aceitam maior exposição ao risco em busca de rentabilidades potencialmente mais elevadas.

Além da ausência de um rendimento predeterminado, a liquidez é outra característica importante, que varia conforme o tipo de investimento. Ações de empresas grandes, por exemplo, costumam ter alta liquidez, permitindo que sejam compradas e vendidas rapidamente.

Outras características importantes são a possibilidade de participação nos resultados das empresas, como nas ações, por exemplo, e diversidade de opções de investimento, com ativos internacionais e domésticos, mais ou menos arriscado, que permitem que o investidor monte uma carteira adequada ao seu perfil e objetivos.

Exemplos

As ações são um dos exemplos mais populares de renda variável. Empresas como Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), Itaú (ITUB4) e Magazine Luiza (MGLU3) são algumas das mais negociadas na bolsa brasileira. Ao comprar ações, você se torna sócio da empresa e pode se beneficiar tanto da valorização das ações quanto do recebimento de dividendos.

Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos que replicam índices e permitem investir em uma cesta diversificada de ativos com uma única aplicação. O BOVA11, por exemplo, acompanha o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira. Já o IVVB11 replica o S&P 500, importante índice do mercado americano.

Os Fundos Imobiliários (FIIs) são outro exemplo importante de renda variável. Eles permitem que o investidor participe do mercado imobiliário sem precisar comprar um imóvel físico. FIIs como HGLG11 (galpões logísticos), KNRI11 (escritórios corporativos) e MXRF11 (recebíveis imobiliários) são alguns dos mais conhecidos no mercado.

As criptomoedas também são consideradas investimentos de renda variável, embora sejam bem mais voláteis. Bitcoin e Ethereum são as mais populares, mas existem milhares de outras criptomoedas disponíveis para investimento. Vale ressaltar que este é um mercado mais arriscado e que exige ainda mais estudo e cautela.

Pontos positivos e negativos

Entre os pontos positivos da renda variável, destaca-se o potencial de retornos mais elevados em comparação com a renda fixa. Além disso, alguns investimentos, como os fundos imobiliários, podem gerar renda passiva através de dividendos.

A possibilidade de proteção contra a inflação é outro benefício, já que muitos ativos de renda variável tendem a se valorizar em períodos inflacionários. Além disso, o investidor tem mais flexibilidade para ajustar sua estratégia conforme as condições de mercado.

Por outro lado, o principal ponto negativo é o risco de perda do capital investido. As oscilações de mercado podem ser significativas, e nem sempre é possível prever quando recuperar o investimento.

Outro aspecto desafiador é a necessidade de mais tempo e conhecimento para gerenciar os investimentos de renda variável. É preciso estudar, acompanhar o mercado e tomar decisões baseadas em análises.

A tributação também pode ser mais complexa, com diferentes alíquotas de imposto dependendo do tipo de operação e do prazo do investimento.

Como começar a investir em renda variável

O primeiro passo para começar a investir em renda variável é estudar e entender bem o mercado. Comece com os conceitos básicos e vá aprofundando seu conhecimento gradualmente.

Em seguida, defina seus objetivos de investimento e quanto está disposto a arriscar. É recomendável começar com uma pequena parcela do seu patrimônio e aumentar gradualmente conforme ganha experiência, sempre mantendo uma reserva de emergência com títulos seguros.

Escolha uma corretora confiável para realizar seus investimentos. Hoje existem diversas opções no mercado, com diferentes taxas e serviços. Compare e escolha a que melhor atende suas necessidades.

Comece com investimentos mais simples e populares, como ações de empresas grandes e conhecidas ou ETFs que seguem o Ibovespa. À medida que ganha confiança, você pode diversificar para outros tipos de investimentos.

Não se esqueça de declarar seus investimentos de renda variável no Imposto de Renda, pois isso é obrigatório independentemente do valor investido.

Vale a pena?

Sim, vale muito a pena investir em renda variável! No entanto, é fundamental escolher investimentos que estejam alinhados com seu perfil de risco e objetivos financeiros. É interessante notar que mesmo os investidores arrojados costumam manter uma parcela significativa de sua carteira em renda fixa, criando assim um equilíbrio entre segurança e potencial de retorno.

A estratégia mais recomendada é diversificar seus investimentos, combinando ativos de renda fixa e variável. Esta abordagem permite aproveitar as oportunidades de maiores ganhos enquanto mantém uma base mais estável na carteira.